Marcos Itiberê, condenado a 51 anos de prisão pelo assassinato dos próprios filhos em 2000, pode deixar a cadeia em breve. A defesa tenta sua libertação ainda em 2025, enquanto a justiça prevê o livramento condicional para janeiro de 2027.

Itiberê cumpre pena em regime fechado no presídio de segurança média em Viana. No entanto, há possibilidade de redução da pena caso haja uma revisão criminal. O advogado criminalista Leonardo Gagno afirma que a justiça pode ter cometido um excesso ao calcular a pena, o que abre brechas para novas avaliações jurídicas.

“No momento em que o juiz calculou as penas aplicadas ao Itiberê, houve um excesso no cálculo. O juiz exasperou, ele aumentou a pena com base em fundamentos que não são idôneos, que não são certos para justificar aquele aumento.”, explicou.

Em 2024, Itiberê já tinha a possibilidade de mudar para o regime semiaberto. Entretanto, cometeu uma falta grave dentro do presídio, o que impediu a mudança. Desde 2017, ele tem direito ao regime semiaberto, mas a justiça nega o benefício devido aos exames criminológicos desfavoráveis.

Segundo laudos judiciais, Itiberê tem traços de personalidade fria e violenta, além de comportamento articulador. “É um perigo, claro, porque são pessoas que naturalmente têm uma tendência a voltar a cometer o crime.”, destacou Gagno.

A defesa de Itiberê confirma que trabalha para conseguir sua soltura ainda este ano, mas evita dar detalhes sobre a estratégia jurídica. O Tribunal de Justiça informou que as decisões sobre a progressão de regime seguem critérios técnicos e que a recusa do condenado em realizar exames psiquiátricos pode afetar sua liberação.

A Secretaria de Segurança Pública foi procurada, mas não se manifestou sobre o caso. A mãe das vítimas, Jânia Colnago, também foi procurada, mas não respondeu aos contatos da reportagem.

Relembre o caso

O crime ocorreu em 6 de maio de 2000, quando Itiberê, em meio a um processo de separação, matou os filhos Gabriela e Marquinhos, de 9 e 7 anos. Elas ficaram 10 dias desaparecidas antes de serem encontradas concretadas no closet do apartamento em que morava, em Vila Velha. A motivação seria atingir emocionalmente a ex-mulher, Jânia Colnago.

O criminoso confessou o que tinha feito através de uma carta enviada à mãe. No texto, ele pedia perdão pelo “ato insano” e confessava escrevendo: “As crianças estão no closet, debaixo do colchão. Não sofreram”.

Antes desse crime, Itiberê já havia assassinado Marcos Pedrini, namorado de Jânia. Em 2011, ele tentou fugir nadando do Instituto de Readaptação Social, na Ilha das Pombas, e passou dois dias escondido na mata antes de ser recapturado.

*Com informações de Tiago Américo, da TV Sim.

FONTE: LARISSA DE ÂNGELO – ES360