Arnaldinho Borgo e o caminho possível no tabuleiro de 2026

A melhor alternativa política para o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), no cenário atual, seria compor como vice na chapa do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), pré-candidato mais consolidado para a sucessão do Palácio Anchieta em 2026. Trata-se de uma estratégia que preserva capital político, evita rupturas desnecessárias e fortalece sua trajetória de médio e longo prazo.

Arnaldinho é jovem, com potencial de crescimento, mas isoladamente não dispõe de musculatura suficiente para romper a polarização já estabelecida entre Ferraço e o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini. Ao insistir em uma candidatura própria, sem estrutura partidária, sem grupo articulado e sem base estadual, arrisca não apenas a derrota, mas também a própria reputação dentro do grupo que o elegeu e sustentou, ligado ao governador Renato Casagrande (PSB). Nesse contexto, surge o risco real de ser visto como traidor político, o que traria danos irreversíveis à sua imagem.

O provérbio bíblico “a soberba precede a ruína” encaixa-se com precisão no momento vivido pelo prefeito. Arnaldinho encontra-se cercado por caciques e lideranças arcaicas, muitos deles interessados apenas em utilizá-lo como moeda de troca em negociações que pouco têm a ver com seu futuro. Acreditar que esses articuladores lhe darão protagonismo real é um erro clássico de leitura do jogo.

Se demorar demais, outro personagem pode furar a fila, diminuindo seu espaço político. Política é feita de tempo, ritmo e oportunidade, e no momento a prioridade está claramente com Ferraço.

Compor como vice em uma chapa competitiva, com tendência de chegar ao segundo turno ou até vencer no primeiro, daria a Arnaldinho projeção estadual, fortalecimento institucional e segurança para sua continuidade política. A alternativa, insistir em voo solo, pode transformar uma carreira promissora em um salto no escuro.

Só tem um porém nesta análise: se o grupo do vice governador vai considerar a possível sugestão. Em tudo tem relação custo benefício. Talvez, nem vice seja possível, um cargo que exige confiança.

O relógio está correndo. E o tabuleiro não perdoa quem não sabe recuar para avançar.