
Entre a noite de quinta-feira e as primeiras horas de sexta, observadores de estrelas em uma faixa do mundo se maravilharam com uma “Lua de Sangue” vermelha durante um raro eclipse lunar total entre a noite de quinta-feira e as primeiras horas desta sexta-feira. Este foi o primeiro fenômeno do tipo desde 2022, mas haverá outro em setembro, a ser visto em regiões da Europa, da África, da Ásia e da Austrália. O próximo eclipse lunar total com visibilidade do Brasil ocorrerá em 3 de março de 2026, segundo o calendário da agência espacial americana, a Nasa.
Além disso, alguns observadores de estrelas terão outra surpresa no final deste mês — um eclipse solar parcial, que é quando a Lua bloqueia a luz do Sol na Terra. Este eclipse será visível em 29 de março no Leste do Canadá, partes da Europa, Norte da Rússia e Noroeste da África.
O espetáculo celestial desta quinta e sexta foi visível nas Américas e nos oceanos Pacífico e Atlântico, bem como nas partes mais ocidentais da Europa e África. O evento se refletiu, desta vez, numa “Microlua”, o que significa que a Lua está o mais longe que chega da Terra, fazendo com que pareça cerca de 7% menor do que o normal, de acordo com o site Earthsky. Isso é o oposto de uma “Superlua”, como foi visto durante o eclipse lunar de 2022.
Veja fotos da Lua de sangue
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No caso da Lua de sangue, o fenômeno acontece quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham, fazendo com que o planeta projete uma sombra gigante sobre seu satélite.
Mas, à medida que a sombra da Terra se arrastava pela Lua, ela não apagou totalmente seu brilho branco — em vez disso, a Lua brilhou com uma cor avermelhada. Isso ocorre porque a única luz solar que atinge a Lua é “curvada e espalhada” à medida que atravessa a atmosfera da Terra, disse Daniel Brown, astrônomo da Universidade Nottingham Trent do Reino Unido.

Observatório em Los Angeles faz imagens do raro eclipse solar
O fenômeno é semelhante a como a luz pode se tornar rosa ou vermelha durante o nascer ou o pôr do sol na Terra, acrescentou o especialista. Quanto mais nuvens e poeira houver na atmosfera da Terra, mais vermelha a Lua parecerá.
Brown chamou o eclipse lunar, cuja duração prevista era de cerca de seis horas, de “uma maneira incrível de ver o sistema solar em ação”. O período em que a Lua está completamente na sombra da Terra — chamado de totalidade — dura pouco mais de uma hora.
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Este evento foi apelidado de “Lua do Verme de Sangue”, em homenagem a um dos nomes dados às luas cheias de março por alguns nativos americanos.
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Na América do Norte, a Lua começou a parecer que estava sendo “mordida” a partir de 1h09 da manhã, horário local do Leste (2h09 em Brasília), com a totalidade das 2h26 (3h26) às 3h31 (4h31)da manhã, de acordo com a Nasa. Na França, a totalidade ocorre das 7:26 da manhã às 8:31 da manhã, horário local (3h26 às 4h31 em Brasília), de acordo com o Instituto Francês de Mecânica Celeste e Cálculo de Efemérides.
Apenas as partes mais ocidentais da Europa, como a região da Bretanha, na França, terão a chance de ver a totalidade antes do pôr da Lua. As pessoas na Nova Zelândia têm o problema oposto, com o eclipse apenas parcialmente visível quando a Lua nasceu.
Brown não gosta do termo “Lua de Sangue”, dizendo que ele tem uma conotação negativa e “se origina de uma teoria mal informada do fim do mundo”. Mas nem todas as sociedades têm uma visão negativa desses shows celestiais.
Algumas pessoas na África tradicionalmente viam um eclipse lunar como um conflito entre o Sol e a Lua que poderia ser resolvido por pessoas “demonstrando na Terra como trabalhamos juntos” e deixando velhas rixas de lado, disse Brown.
Observar até mesmo um eclipse solar parcial a olho nu é perigoso, e as pessoas são aconselhadas a usar óculos especiais para eclipses ou câmeras artesanais.