Quando a cidade de Vitória abrir os festejos de Momo no Brasil, no próximo fim de semana (21, 22 e 23/2), no Sambão do Povo, um grupo de foliões estará a postos para garantir destinação correta das fantasias. Quem não gosta de guardar ou não sabe o que fazer após desfilar, o projeto socioambiental ReciclaFolia fará a coleta e reaproveitamento das fantasias descartadas.

As atividades de sensibilização ambiental já estão acontecendo com a presença de uma equipe do projeto que está abordando foliões nos ensaios técnicos que ocorrem no Sambão do Povo, nos ensaios regulares das escolas de samba e em outras atividades relacionadas ao carnaval. A ideia é que os foliões entrem na avenida cientes de que poderão destinar suas fantasias para ser reaproveitadas ao final do desfile.

A doação das fantasias e adereços é feita pelos componentes das escolas de samba na dispersão da apresentação, ao final do sambódromo, para os “Foliões Ecológicos”, como são chamados os colaboradores da entidade, que estarão identificados com as camisetas do projeto e ao lado de tendas para armazenar provisoriamente as fantasias doadas.

Ao longo dos seus 16 anos de atuação, o ReciclaFolia estima que tenha coletado mais de 50 toneladas de resíduos no Carnaval de Vitória. A coordenadora de coleta e articuladora do Núcleo de Desenvolvimento Socioambiental e Cultural, Cida Moschen, explica que a coleta sustentável evita que este material seja descartado como lixo, gerando poluição ao ambiente.

“Após a coleta, é feita uma triagem do que foi recolhido e, por último, o material é destinado a grupos cadastrados. Dessa forma evitamos que os resíduos sejam lançados na Baía de Vitória e, consequentemente, promovemos uma economia criativa e sustentável”, comenta a coordenadora.

O material recolhido é destinado a empreendedores de artesanato, economia solidária e produtores culturais. “Estamos trabalhando com bastante seriedade. Os desfiles vão ser transmitidos por televisão e internet para o Brasil e o mundo. E somos pioneiros em promover um carnaval mais sustentável”, observa Soemyk Santana, coordenadora de oficinas do ReciclaFolia.

Ela conta que entre os grupos que recebem o montante coletado estão desde prefeituras do interior do Espírito Santo até blocos carnavalescos de Rio de Janeiro e Minas Gerais, incluindo grupos de teatro, para utilização em figurinos e cenografia, e os Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), para atendimento de arteterapia.

Escolas municipais, estaduais e particulares da Região Metropolitana também recebem as roupas, para reutilização nas aulas de artes e atividades culturais, assim como grupos de empreendimentos de economia solidária que trabalham com produção de artesanato, artesãs independentes, escolas de samba da Região Metropolitana, unidades de /saúde de Vitória, para reúso em arteterapia, e produtores culturais que reaproveitam o material em festas temáticas.

Redação Multimídia ESHOJE