O salto para mais de 26 mil vagas abertas em concursos e seleções mostra mais que uma oportunidade. Ele escancara a incapacidade do Estado brasileiro de manter quadros estáveis, qualificados e suficientes para atender a população. Enquanto governos comemoram editais, a realidade é outra: anos de cortes, aposentadorias e evasão de servidores empurraram o país a um déficit estrutural que agora cobra seu preço.
Em meio a esse vácuo, municípios como Viana tentam reorganizar suas bases, abrindo 487 vagas que deveriam ter sido preenchidas há muito tempo. Trata-se de uma recomposição tardia, mas necessária, para garantir saúde, educação e serviços essenciais sem improvisos ou contratações emergenciais que fragilizam a gestão.
A Caixa, ao anunciar vagas com salários de quase R$ 15 mil, também envia um recado claro: quando faltam profissionais, falta também capacidade de execução, atendimento e planejamento. O cidadão sente isso diariamente na agência lotada, no serviço lento ou no programa federal que não avança.
A verdade é simples. O Brasil não oferece concursos porque planejou. Oferece porque demorou. E agora corre contra o tempo para reconstruir uma máquina pública que perdeu força, perdeu gente e perdeu eficiência. Para quem deseja estabilidade, o momento é promissor. Para o país, é apenas o retrato de uma dívida antiga com a qualidade da gestão pública.
