Atílio Vivácqua tem dois postos envolvidos em esquema bilionário de combustíveis

A ação, denominada Operação Carbono Oculto, apontou a suspeita de envolvimento de três empresas capixabas: duas em Atílio Vivácqua e uma em Cariacica.

Uma das maiores operações de combate ao crime organizado no Brasil revelou a participação de empresas do Espírito Santo em um esquema bilionário de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro. A ação, denominada Operação Carbono Oculto, apontou a suspeita de envolvimento de três empresas capixabas: duas em Atílio Vivácqua e uma em Cariacica.

A operação contou com a participação de cerca de 1.400 agentes da Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público e outros órgãos, que cumpriram mandados em 54 cidades e 200 empresas espalhadas por oito estados.

Esquema movimentou bilhões

De acordo com as investigações, o grupo criminoso movimentou R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, com sonegação fiscal estimada em R$ 7,6 bilhões. A organização criminosa mantinha uma rede de mais de mil postos de combustíveis, usinas de etanol e terminais portuários.

A adulteração era feita com a adição de metanol e nafta em níveis até 90 vezes superiores ao limite permitido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que é de 0,05%.

Além do crime ambiental e de consumo, o grupo também atuava na lavagem de dinheiro, utilizando fintechs, empresas de fachada, imóveis de luxo e veículos para ocultar o patrimônio ilícito.

Envolvimento no Espírito Santo

Em Atílio Vivácqua, ex-proprietários de postos relataram à polícia que não receberam pagamento pela venda dos estabelecimentos e afirmaram ter sofrido ameaças dos novos donos, supostamente ligados ao esquema criminoso.

As empresas investigadas no Estado fariam parte da rede responsável tanto pela adulteração dos combustíveis quanto pela lavagem de dinheiro.

Prisões e bloqueio de bens

A operação resultou na prisão de empresários e operadores financeiros, além do bloqueio de R$ 1,2 bilhão em ativos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ressaltou a importância da ação, classificando-a como “uma das maiores operações já realizadas contra o crime organizado no setor de combustíveis”.

As investigações continuam, e novas etapas devem ser deflagradas para identificar outros envolvidos e desmantelar totalmente a rede criminosa.

FONTE: KENNEDY EM DIA