Faleceu na manhã desta sexta-feira (19), aos 98 anos, o senhor Anísio Lopes, figura conhecida no distrito de Itapina, em Colatina. Natural de Baixo Guandu, Anísio viveu por décadas em Itapina, onde constituiu família e construiu grande parte de sua história de vida.
Anísio poderia ser lembrado apenas como mais um guanduense que, pela proximidade, passou a viver na cidade vizinha. No entanto, um episódio marcante fez com que seu nome atravessasse gerações e despertasse a curiosidade e o respeito de muitas pessoas: ele construiu o próprio caixão ainda em vida.

Anísio construiu seu próprio caixão há décadas/Redes sociais
A iniciativa ocorreu na década de 1990, quando, segundo relatos, Anísio decidiu coletar madeiras e fabricar o local onde acreditava que repousariam seus restos mortais. O gesto, longe de ser encarado com tristeza, sempre foi tratado por ele com leveza, tranquilidade e respeito, características que marcaram sua personalidade.
No início dos anos 2000, Anísio foi convidado para uma entrevista na Rádio Difusora de Colatina, então líder absoluta de audiência, em programa apresentado pelo ex-locutor Cirilo de Tarso. “Eu lembro bem dele. Tratava o tema com muita alegria e simplicidade, mas sempre com muito respeito. Na época, perguntei se ele já havia testado o caixão, e ele disse que sim, que era muito confortável”, recordou o ex-locutor.
Com o passar dos anos, porém, a longevidade de Anísio acabou contrariando seus próprios planos. O caixão, construído décadas antes, se deteriorou com o tempo, não resistindo à ação dos anos. Já idoso e debilitado, ele não conseguiu reformá-lo ou confeccionar outro, o que impediu o cumprimento de sua última vontade.
“O tempo foi passando, o caixão foi se estragando e ele foi ficando mais velho. Talvez nem ele imaginasse que viveria tanto”, comentou um morador de Itapina.
O corpo do senhor Anísio Lopes será velado em sua residência, em Itapina, onde receberá as últimas homenagens de familiares e amigos. O sepultamento está marcado para este sábado (20), às 10h30, no cemitério de Itapina.
FONTE: ES FALA
