Com a chegada das festas de fim de ano, brindes se multiplicam — e os rins acabam trabalhando além da conta. Segundo a nefrologista Daphnne Camaroske, o consumo exagerado de álcool, mesmo em pessoas sem doenças prévias, pode provocar lesão renal aguda, uma condição séria e muitas vezes silenciosa.
De acordo com a especialista, o problema não está apenas no hábito de beber, mas principalmente na quantidade ingerida em pouco tempo. “O álcool pode prejudicar os rins por diferentes mecanismos, especialmente quando consumido em excesso”, explica.
Confira, abaixo, os riscos do álcool para os rins e como se proteger nas festas de fim de ano:
Desidratação
O primeiro deles é a desidratação. O álcool bloqueia o hormônio antidiurético (ADH), fazendo o corpo eliminar grandes volumes de urina. Com isso, há perda rápida de água e redução do fluxo sanguíneo que chega aos rins — situação altamente prejudicial para o órgão.
Rabdomiólise
Outro risco é a rabdomiólise, uma quebra das fibras musculares causada pela ingestão exagerada de álcool. Nesse processo, substâncias tóxicas como a mioglobina são liberadas na corrente sanguínea e podem ser extremamente nocivas aos rins.
Queda de pressão arterial
Além disso, o álcool pode provocar queda de pressão arterial. Se houver vômitos, a perda de volume sanguíneo se intensifica, diminuindo ainda mais a perfusão renal e levando a uma queda abrupta da função dos rins.
Cuidados com o álcool nas festas
Sobre limites, a nefrologista alerta que nenhuma dose é totalmente isenta de risco, mas orienta que, para rins saudáveis, o ideal é não ultrapassar uma dose diária para mulheres e duas para homens.
Mais importante do que o tipo de bebida é a quantidade de álcool ingerida. Destilados, por serem mais concentrados, favorecem uma intoxicação rápida, especialmente quando consumidos em shots.
A hidratação é apontada como uma aliada indispensável. Beber água ajuda a compensar a perda hídrica, evita que o sangue fique muito concentrado e reduz o risco de lesão renal.
“A hidratação também auxilia o fígado a metabolizar o álcool e previne queda de pressão e ressaca”, reforça Camaroske.
Os rins raramente dão sinais precoces de sofrimento. Por isso, é fundamental buscar ajuda médica diante de sintomas como diminuição ou alteração da urina, inchaço no rosto ou nas pernas, náuseas e vômitos persistentes, dor muscular intensa, confusão mental, sede extrema ou ressaca prolongada.
Nas celebrações, o recado da especialista é claro: moderação, pausas entre os drinks e muita água podem fazer toda a diferença para a saúde — inclusive depois que a festa acaba.
FONTE: METROPOLES
