
Classificados como naturais por serem derivados de plantas e frutas, os chás são ingeridos, por vezes, de forma despreocupada pela ideia equivocada de que não oferecem problemas à saúde. Entretanto, é preciso ter cautela com relação ao consumo de determinadas infusões, afinal, elas têm potencial de afetar o fígado, conforme destaca a hepatologista Patrícia Almeida, doutora pela Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com a gastroenterologista, o chá de cavalinha costuma ser bebido como “diurético natural”, no entanto, apresenta “potencial hepatotóxico”, ou seja, tende a causar danos ao fígado. A médica explica que a infusão, quando consumida de modo contínuo, pode desencadear “inflamação e lesão hepática, especialmente em indivíduos que já utilizam outros medicamentos.”
“O fato de fato de ser uma planta não a torna isenta de risco, pelo contrário, seus compostos ativos podem ser tóxicos para o fígado quando usados sem controle”, endossa a hepatologista. Patrícia esclarece que esse órgão “não diferencia o que é natural do que é sintético”: “Tudo o que passa por ele precisa ser metabolizado, e isso pode gerar sobrecarga e dano hepático.”
A médica do Hospital Albert Eistein ressalta que o fígado atua como o “verdadeiro laboratório químico do corpo”. Dessa forma, algumas substâncias, como as presentes no chá de cavalinha, exigem que o órgão “trabalhe intensamente para metabolizá-las”. “Durante esse processo, alguns componentes liberam subprodutos tóxicos que agridem as células hepáticas”, frisa a especialista.
Quanto a consumir chás sem prescrição médica e de forma exagerada, a gastroenterologista alerta: “Isso pode provocar inflamação, aumento das enzimas hepáticas no sangue e, com o uso contínuo, até fibrose e falência do fígado. É uma sobrecarga silenciosa, que vai se acumulando ao longo do tempo”.
Francisco Franco/Getty Images

O chá de cavalinha tem compostos que podem ser tóxicos para o fígado
FONTE: METROPOLES