Vídeo: pitbull ataca crianças dentro de escola em Belford Roxo

Cão foi contido por policiais militares e recolhido pelo Corpo de Bombeiros

- Pitbull ficou agarrado à perna de uma aluna do Ciep 210, em Belford Roxo Reprodução / Redes Sociais

Rio – Um cachorro da raça pitbull invadiu uma escola em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na manhã desta quinta-feira (13). Alunos do Ciep 210, na Rua do Soldados Xavantes, chegaram a ser atacados pelo animal, que foi contido.

De acordo com a Polícia Militar, agentes do 39º BPM (Belford Roxo) foram acionados para a ocorrência. Segundo os policiais, cinco crianças sofreram escoriações leves e uma delas foi mordida na perna, sendo socorrida e levada para o Hospital Municipal de Belford Roxo (HMBR).

O Corpo de Bombeiros informou que o quartel de Belford Roxo foi acionado por volta das 7h45. Quando os militares chegaram ao local, o cachorro já havia sido contido pelos policiais militares. De acordo com a PM, o animal foi recolhido pelos Bombeiros.

Vídeos, que circulam nas redes sociais, mostram uma aluna sendo atacada pelo cão. Nas imagens, é possível ver o animal agarrado à perna da criança, que grita enquanto duas pessoas, que parecem ser funcionários da escola, tentam soltar o pitbull.

Ataque se soma a outros

O caso da escola se junta a muitos outros envolvendo a raça. Nesta quarta-feira (12), um menino de cinco anos morreu após ser atacado por um pitbull em Irajá, na Zona Norte. A criança chegou a ser levada para o Hospital Municipal Francisco da Silva Telles.

Por meio de nota, a unidade de saúde informou que o menino deu entrada em estado grave e que apresentava grande perda de sangue. Ele chegou a ser atendido, mas cerca de cinco minutos após o início do atendimento ele sofreu uma parada respiratória e não resistiu.

Segundo a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, 60 cães agressivos, que chegaram a atacar, foram resgatados no período entre janeiro e o dia 12 de novembro. A pasta informou que os cães que atacam são levados para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em Santa Cruz. Lá, eles ficam em quarentena. Depois são castrados, microchipados, vacinados e colocados para adoção.

Adestrador dá dicas

Ao DIA, o adestrador Paulo César de Oliveira, da Treina Cão, explicou que há inúmeros fatores que podem colaborar para que um cachorro da raça pitbull se torne agressivo. Para ele, que é um pesquisador da raça, a genética influencia no comportamento do animal.

fotogaleria

Adestrador Paulo César tem experiência com a raça pitbull - Arquivo Pessoal

Adestrador Paulo César tem experiência com a raça pitbullArquivo Pessoal

“A agressividade pode ser uma coisa hereditária, ele pode ter herdado dos pais, dos avós, como pode ser também da criação, quando o animal é criado errado. É preciso ter muito cuidado ao adquirir um animal desse. Se você não tem o pleno conhecimento para avaliar um animal na hora de adquirir, pode pegar um com distúrbio, temperamental e imprevisível que pode até se voltar contra o próprio dono. Mas não podemos generalizar”, disse.

Para ele, que trabalha como adestrador há mais de 50 anos e já foi responsável pelo treinamento de cães do exército, impor regras ao cachorro é essencial. “O pitbull tem uma pegada muito forte. Um animal desse, atacando uma criança, uma pessoa, um outro animal, mata. Faz um estrago. Você não pode criar um animal desse na corrente. Aí sim, você vai estar criando um leão dentro de casa. Esse animal precisa ser educado e criado solto, com carinho, amor. É preciso colocar regras”, esclareceu.

Paulo aconselha que o trabalho de adestramento deve ser iniciado ainda com o cachorro filhote. “A partir dos dois meses de idade precisa se começar a colocar limites no animal. Tem cães que não aceitam que o dono se imponha e brigue com ele, dando grito. O animal fica nervoso, assim como um ser humano. Cada caso é um caso. É preciso descobrir a sensibilidade do animal, lidando com ele, para que possa moldar um treinamento voltado para aquela situação. Às vezes o dono dá mais trabalho que o animal”, afirmou.

“O pitbull é uma boa raça, mas o animal tem que comer na vasilha. Tem animais que você não pode dar liberdade para dormir em cima da cama. Quando você mima e trata o animal como um filho mimado, não consegue cobrar algo dele quando é preciso, porque ele já de dominou. Ele é um animal dominante, hiperativo”, explicou.

Embora a raça tenha um alto potencial destrutivo, para Paulo, no entanto, a raça não é a mais complicada de se trabalhar. “Os mais difíceis de se adestrar são o sharpei e o chow-chow, depois vem o bull terrier. Mas isso é relativo. Até vira lata, pastor alemão e cães de outras raças podem não ter jeito. Quando o animal tem a agressividade hereditária, é complicado”, contou.

FONTE: O DIA