
O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço (PP), protocolou pedido de licença de dois meses do cargo. O afastamento, que vai de 17 de novembro a 15 de janeiro de 2026, já tramita na Câmara Municipal desde o último dia 5, mas foi levado ao plenário apenas nesta terça-feira (11).
Durante o período, quem assume interinamente o comando do Executivo é o vice-prefeito Júnior Corrêa (Novo). Esta será a segunda vez que o chefe do Executivo progressista se afasta do cargo desde o início de seu mandato, em 2025. A primeira ocorreu em junho deste ano, por 15 dias, para tratamento de saúde.
A licença atual é de caráter pessoal, conforme o documento protocolado, e não implica afastamento por motivo de saúde ou viagem oficial. A substituição será automática após aprovação legislativa, seguindo o que determina a Lei Orgânica do Município.
Leitura política da licença
Nos bastidores, a licença de Theodorico Ferraço é vista como estratégica. O decano da política capixaba, que já governou Cachoeiro em diferentes períodos e acumula prestígio regional, demonstra confiança ao permitir que seu vice conduza a administração por dois meses, um gesto raro em contextos de disputa antecipada por protagonismo.
A movimentação abre espaço para Júnior Corrêa, figura ainda em construção política, testar seu desempenho administrativo e capacidade de articulação interna. Mesmo que a interinidade seja curta, o período pode servir como um ensaio de liderança, especialmente diante de um governo que se prepara para enfrentar o segundo ano de gestão sob maior pressão política e fiscal.
Entre aliados, a decisão também é interpretada como um ato de serenidade de Ferraço, que prefere concentrar-se em pautas estratégicas e pessoais antes de um ano que promete ser intenso para o grupo Ferraço, com a corrida ao Palácio Anchieta ganhando ritmo e o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) despontando como pré-candidato competitivo ao Governo do Estado.
Nos próximos dois meses, os holofotes locais estarão sobre Júnior Corrêa, que terá a oportunidade de mostrar equilíbrio e fidelidade política, duas qualidades que sempre definiram o círculo de confiança de Theodorico Ferraço.