As perspectivas para as vendas de Natal no Espírito Santo em 2025 são de crescimento moderado, sustentadas pela recuperação gradual do consumo e pela melhora nas condições econômicas nacionais. Apesar do otimismo cauteloso, o comércio local ainda enfrenta desafios relacionados ao endividamento das famílias e à seletividade dos consumidores.
Segundo projeções da Fecomércio-ES e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória, o faturamento do varejo capixaba deve crescer entre 4% e 6% em relação ao mesmo período de 2024. A expectativa é que o Natal movimente cerca de R$ 2,8 bilhões no Estado, somando o varejo físico e o comércio eletrônico, o maior volume dos últimos quatro anos, mas ainda abaixo dos níveis registrados antes da pandemia.
O setor de moda, calçados, brinquedos e perfumaria aparece entre os mais promissores. As lojas de departamentos e os shoppings centers apostam em campanhas promocionais e horários estendidos para atrair consumidores. As vendas online também devem crescer, representando até 30% das compras natalinas no Espírito Santo, impulsionadas por descontos antecipados e entregas mais rápidas.
Nas principais cidades, o cenário é de otimismo moderado. Vitória e Vila Velha concentram cerca de 45% do faturamento total do período, enquanto municípios como Cachoeiro de Itapemirim e Linhares apresentam retomada de cerca de 5% no volume de vendas. Serra e Cariacica devem registrar bom desempenho no comércio popular e no setor supermercadista, beneficiados pelo aumento do consumo de bens essenciais.
A inflação sob controle e a redução gradual da taxa Selic têm contribuído para a melhora da confiança do consumidor e a retomada do crédito, fatores que devem impulsionar as compras de fim de ano. No entanto, o alto índice de endividamento das famílias capixabas, próximo de 77%, ainda limita o avanço mais expressivo do consumo.
As promoções iniciadas em novembro, durante a Black Friday, também antecipam parte das compras, diluindo o movimento nas semanas que antecedem o Natal. Mesmo assim, os comerciantes apostam em um aumento do fluxo de consumidores e em um final de ano com resultados mais sólidos do que os últimos períodos.