
O Espírito Santo deve registrar R$ 9,1 bilhões em vendas em novembro, mês da Black Friday de 2025. A projeção é do levantamento Connect Fecomércio-ES e indica crescimento de 18,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando o volume negociado foi de R$ 7,69 bilhões. A estimativa coloca novembro praticamente empatado com dezembro, mês mais forte do varejo, que deve alcançar R$ 9,4 bilhões impulsionado pelo Natal e Ano Novo.
Embora o varejo amplie os descontos ao longo de todo o mês, especialistas em finanças alertam que o período também concentra decisões de compra feitas sem planejamento, o que aumenta o risco de endividamento logo no início de 2026.
Erro 1: comprar por impulso
A corrida por “ofertas relâmpago” e contagens regressivas nos sites de compras cria a sensação de urgência. Segundo o educador financeiro Creiciano Paiva, a percepção de economia é frequentemente enganosa. “O desconto dá sensação de ganho, mas se o produto não estava no planejamento, ele vira gasto, não economia.”
O educador financeiro orienta que o consumidor compare preços e só finalize uma compra após refletir se o item é realmente necessário.
Erro 2: usar o 13º salário como dinheiro extra
Outro comportamento comum é considerar o 13º salário como recurso disponível para compras, sem levar em conta compromissos típicos do início do ano, como IPTU, IPVA e despesas de férias.
Segundo Paiva, a melhor forma de aproveitar o benefício é dividir o uso do recurso, destinando uma parte para compras planejadas e outra para reserva financeira. “O ideal é enxergar o 13º como uma oportunidade de organizar a vida financeira.”
Erro 3: parcelar sem avaliar o impacto no orçamento
Além do impulso e do mau uso do 13º, o parcelamento sem critério pode transformar uma oferta em dívida. Isso ocorre quando o consumidor acumula prestações em diferentes meses e perde o controle do total comprometido da renda. “O parcelamento pode ajudar, desde que haja controle. O desconto de hoje não pode virar dívida amanhã.”
De acordo com o especialista, o pagamento à vista é a melhor opção para quem quer aproveitar a Black Friday sem comprometer o orçamento. Caso o parcelamento seja inevitável, a recomendação é não ultrapassar 30% da renda mensal com prestações.
Comércio aquecido e impacto em outros setores
A previsão de alto volume de vendas não se limita ao varejo. A Fecomércio aponta reflexos diretos em segmentos como:
- Transporte e logística: estimativa de R$ 2,52 bilhões movimentados.
- Turismo e lazer: crescimento previsto de 8,7%, chegando a R$ 750 milhões.
Como evitar armadilhas da Black Friday
Com o aumento das promoções, especialistas reforçam que o planejamento é o ponto-chave para consumir com segurança.
Checklist proposto por educadores financeiros:
- Liste o que realmente precisa antes de procurar promoções.
- Compare preços e o histórico de valores do produto.
- Defina um limite de gasto e respeite-o.
- Dê preferência ao pagamento à vista.
- Reserve parte do 13º salário para despesas futuras ou emergências.
FONTE: ES 360