Reforma política e respeito ao eleitor

Por Jackson Rangel

Uma reforma política decente deveria começar pelo básico: respeitar o voto do eleitor.
Nenhum político com mandato deveria poder aceitar nomeação em outro poder sem perder o cargo. A procuração que o povo lhe deu é para cumprir integralmente o mandato, não para usá-lo como trampolim de carreira.

Da mesma forma, não deveria ser permitido disputar outro mandato sem concluir o atual. O eleitor escolheu alguém para quatro anos — e esse compromisso deveria ser sagrado.


Hoje, o que se vê é o contrário: mandatos são tratados como degraus, e o povo, como massa de manobra.

O mais grave é que a sociedade assiste tudo em silêncio, anestesiada. Não há debate, não há protesto, não há indignação coletiva. A passividade virou conivência.


E enquanto isso, o sistema político segue premiando a infidelidade eleitoral e a incoerência, transformando o cidadão em mero figurante de uma democracia de fachada.