Agência amplia monitoramento hidrológico e reforça prevenção de enchentes no ES

Em reunião presidida por Fabrício Gandini, Comissão de Meio Ambiente da Assembleia ouviu da Agerh novos planos de enfrentamento às inundações e o uso de tecnologia para alertar populações em risco

- .Gandini recebeu o diretor da Agerh José Roberto Jorge, que explicou como é feito o trabalho de enfrentamento às inundações. Créditos. Gleberson Nascimento.

A Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Ales), presidida pelo deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), recebeu representantes da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) para a apresentação do Relatório de Gestão de 2025. O encontro destacou os avanços da política capixaba de recursos hídricos e as novas estratégias de monitoramento e prevenção de enchentes em várias regiões do Estado.

Criada em 2013, a Agerh é responsável pela execução da Política Estadual de Recursos Hídricos e vem investindo na modernização da rede de monitoramento hidrológico. O trabalho permite antecipar riscos de inundações e orientar ações das Defesas Civis municipais em situações de emergência.

De acordo com o diretor de Planejamento e Infraestrutura Hídrica da Agerh, José Roberto Jorge, o sistema de alerta e as ferramentas de simulação de reservatórios estão sendo ampliados para novas bacias, além do Rio Itapemirim — que já conta com um sistema de previsão de cheias consolidado.

“Estamos elaborando planos de enfrentamento às inundações nas bacias dos rios Benevente e Itabapoana, que sofreram com eventos extremos recentes. A meta é estender o monitoramento a todas as regiões mais vulneráveis”, explicou.

Entre as ações em andamento, estão o Plano de Enfrentamento às Inundações na Bacia do Benevente, que abrange os municípios de Alfredo Chaves e Iconha, e o Plano de Inundação da Bacia do Itapemirim, em Cachoeiro de Itapemirim, desenvolvidos com apoio técnico do Banco Mundial, dentro do Programa Águas e Paisagens II.

Entre as principais iniciativas apresentadas está o Sistema de Alerta do Rio Itapemirim (Sari), ferramenta que permite prever inundações em Cachoeiro de Itapemirim com até 12 horas de antecedência.

José Roberto explicou que o sistema utiliza um modelo matemático para estimar o nível do rio e fornece informações em tempo real à Defesa Civil, auxiliando na tomada de decisões em situações de risco.

“Com o Sari, é possível alertar a população mais vulnerável e reduzir os impactos das cheias. O trabalho vem sendo ampliado para outras bacias, como a do Itabapoana”, reiterou.

A Agerh também vem aperfeiçoando o uso de ferramentas digitais, como o Hidro.Agerh, aplicativo que permite acompanhar em tempo real o nível dos rios e prevê períodos de estiagem com até sete dias de antecedência. O recurso é voltado a gestores públicos, produtores rurais e cidadãos interessados em acompanhar a situação dos mananciais.

Para o deputado Fabrício Gandini, o fortalecimento da rede de monitoramento é essencial diante do aumento da frequência de eventos climáticos extremos.

“O Espírito Santo tem investido em tecnologia e planejamento para proteger vidas e reduzir prejuízos. O trabalho da Agerh mostra que é possível transformar informação em prevenção”, afirmou o parlamentar. A reunião contou, ainda, com a presença da coordenadora de Projetos e Programas da Agerh, Gizella Igreja.