Reforma ministerial de Lula e o xadrez político capixaba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula uma ampla reforma ministerial para garantir sustentação política no Congresso às vésperas das eleições municipais de 2026. O movimento pode afetar diretamente o Espírito Santo, onde o governador Renato Casagrande (PSB) busca manter influência em Brasília e consolidar alianças para o pleito. Nomes do PSB e MDB capixabas estão sendo cotados para postos federais.
Nova denúncia contra Bolsonaro e o impacto no campo conservador
A nova denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro, por interferência na Polícia Federal, reacende a polarização política. No Espírito Santo, o bloco conservador liderado por Lorenzo Pazolini (Republicanos) tenta se equilibrar entre o apoio simbólico ao ex-presidente e a necessidade de ampliar alianças locais. Pazolini, pré-candidato ao Governo do Estado, enfrenta resistência de setores moderados e do MDB de Ricardo Ferraço.
STF limita ação de guardas municipais
A decisão do Supremo Tribunal Federal que restringe o uso de armas e a função investigativa das Guardas Municipais gera repercussões imediatas no Estado. Em Vitória, onde o prefeito Pazolini ampliou o armamento e as rondas ostensivas da Guarda, o julgamento cria um embaraço jurídico e político. Cidades como Serra e Cachoeiro de Itapemirim também terão de revisar seus protocolos de segurança.
Reajuste da Petrobras e custo de vida
A Petrobras anunciou aumento médio de 3,8% nos combustíveis. O impacto será sentido nas bombas já na próxima semana, pressionando o transporte público e o frete. O setor empresarial capixaba, especialmente transportadoras e cooperativas agrícolas do Sul do Estado, teme nova alta no custo logístico.
PIB revisado e a preocupação capixaba com investimentos
O mercado reduziu a previsão de crescimento do PIB brasileiro para 1,7% em 2025, refletindo menor consumo e retração de investimentos públicos. No Espírito Santo, o ajuste preocupa prefeitos e empresários que dependem de repasses federais e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Municípios menores, como Iconha, Ibatiba e Marataízes, podem sofrer mais com a queda na arrecadação.
Selic em queda: crédito mais barato, mas prudência no ar
Com a Selic projetada para 10,25%, o crédito tende a ficar mais acessível, favorecendo o setor imobiliário e as microempresas. O Bandes e cooperativas como o Sicoob ES já projetam aumento na demanda por financiamento, mas alertam para o risco de inadimplência em 2026.
EUA e China retomam diálogo: bom sinal para exportadores capixabas
O reatamento das relações entre Estados Unidos e China é boa notícia para o Espírito Santo. O porto de Vitória e o complexo de Tubarão, em Serra, dependem do comércio internacional. A normalização das relações pode impulsionar as exportações de minério de ferro, celulose e café, produtos de peso na balança capixaba.
Israel intensifica ofensiva em Gaza
O agravamento da crise no Oriente Médio eleva a instabilidade global. O Brasil, membro temporário do Conselho de Segurança da ONU, tenta mediar o conflito. No plano econômico, há temor de nova alta do petróleo, o que pode neutralizar os efeitos da política de redução da Selic.
PF desmonta esquema de corrupção no Nordeste
A operação da Polícia Federal que desarticulou esquema de R$ 200 milhões em licitações fraudulentas acende alerta em todo o país. No Espírito Santo, onde a BRK Ambiental e outras concessionárias estão sob investigação, cresce a pressão por mais transparência nos contratos públicos.
Temporal no Sul e risco de impactos no ES
As chuvas que atingem Rio Grande do Sul e Santa Catarina podem afetar o abastecimento e o transporte de produtos agrícolas para o Espírito Santo. A Defesa Civil capixaba monitora os efeitos do fenômeno, que deve se deslocar para o Sudeste nos próximos dias.
Conclusão
Entre Brasília e o mundo, o Espírito Santo se encontra novamente na linha tênue entre os reflexos das grandes decisões nacionais e os seus próprios desafios locais. A economia desacelera, o custo de vida sobe, e a política estadual se reorganiza em torno de 2026 — um ano que promete ser decisivo para o futuro do Estado.