EDITORIAL| Folha do ES: 36 anos de história de resistência

Em 2026, a Folha do ES completa 36 anos de existência. Não se trata apenas de um marco no tempo, mas da consolidação de um projeto jornalístico que nasceu com espírito de resistência e se firmou como um dos pilares da imprensa capixaba. Desde sua fundação, idealizada e conduzida pelo jornalista Jackson Rangel, a Folha carregou no DNA a ousadia de enfrentar poderes estabelecidos e a determinação de dar voz a quem não tinha espaço.

Ao longo de mais de três décadas, a Folha do ES testemunhou e registrou a transformação política, social e econômica do Espírito Santo e do Brasil. Esteve presente em momentos decisivos, denunciou irregularidades, expôs privilégios, cobrou transparência, mas também valorizou conquistas e deu espaço à cultura, às comunidades e às histórias que ajudam a formar a identidade capixaba. Nunca se limitou a ser um observador: foi ator importante, provocando debates, influenciando decisões e mantendo aceso o espírito crítico que distingue o jornalismo verdadeiro.

A trajetória da Folha nunca foi simples. Houve tentativas de intimidação, perseguições veladas e boicotes, mas a essência permaneceu firme: nenhum preço se sobrepõe ao compromisso com a verdade. Foi assim que a Folha consolidou sua credibilidade, resistindo onde muitos preferiram se calar, mantendo-se incômoda para quem abusa do poder e confiável para quem busca informação séria.

Do impresso ao digital, a Folha soube se reinventar sem perder sua identidade. A migração para a plataforma online foi mais do que uma adaptação tecnológica: foi a reafirmação de um projeto de independência, ampliando seu alcance e dialogando com novas gerações em um cenário de velocidade informacional e de crescente risco de desinformação. Nesse ambiente desafiador, a Folha reafirma diariamente seu papel como porto seguro de credibilidade.

Esses 36 anos são fruto de uma jornada que não pertence apenas à equipe que faz o jornal, mas também aos leitores que o acompanham e o sustentam. A Folha do ES é memória e resistência, é farol e trincheira. É uma conquista coletiva da sociedade capixaba, que ao longo das décadas viu na sua linha editorial a coragem que muitas vezes faltou nas instituições.

Ao celebrar essa data, não olhamos apenas para trás. Olhamos para o futuro, conscientes dos desafios que virão — da inteligência artificial na comunicação às novas formas de manipulação da informação, da polarização política à luta pela liberdade de imprensa. E é justamente diante desses desafios que reafirmamos nossa missão: informar, questionar, resistir e transformar.

A Folha do ES não pertence a um grupo ou a uma geração. Pertence ao Espírito Santo e ao Brasil. E continuará, sob a condução de seu fundador e editor Jackson Rangel, a ser instrumento de cidadania, resistência contra o silêncio e voz crítica diante do poder.

Celebrar 36 anos é celebrar a coragem de existir e persistir. É afirmar que, enquanto houver uma sociedade que precisa ser informada com seriedade e independência, a Folha do ES terá sempre um papel essencial a cumprir.