O perfil dos consumidores de pornografia no Brasil: dados e tendências

A pornografia é uma das indústrias digitais mais consumidas no mundo e, no Brasil, segue um padrão de crescimento contínuo, acompanhando a expansão do acesso à internet e à banda larga. Pesquisas e levantamentos internacionais, somados a estudos acadêmicos brasileiros, permitem traçar o perfil médio do consumidor e entender seus hábitos de consumo.


Números globais e a posição do Brasil

O Brasil figura consistentemente entre os países que mais acessam pornografia online. De acordo com o Pornhub Insights 2023, o país ocupa a 6ª posição mundial em acessos, atrás apenas de EUA, Reino Unido, Japão, França e México. Além disso, os brasileiros têm uma das maiores durações médias de navegação por sessão, cerca de 10 minutos e 30 segundos, acima da média global de 9 minutos.


Faixa etária dos consumidores

Estudos indicam que o consumo de pornografia no Brasil se concentra majoritariamente entre jovens e adultos jovens:

  • 18 a 24 anos: representam a maior parcela de acessos, com cerca de 35% do público.
  • 25 a 34 anos: o segundo maior grupo, com aproximadamente 30%.
  • 35 a 44 anos: correspondem a cerca de 18%.
  • 45 a 54 anos: cerca de 10%.
  • 55 anos ou mais: menos de 7%.

Pesquisas do Datafolha e da SBP (Sociedade Brasileira de Psiquiatria) mostram que o primeiro contato com pornografia acontece cada vez mais cedo: a partir dos 12 anos em média, devido à popularização dos smartphones e do acesso irrestrito à internet.


Diferenças de gênero

Embora o público masculino ainda seja maioria absoluta, há crescimento expressivo do consumo entre mulheres. Segundo o levantamento do Pornhub de 2022:

  • Mulheres representam cerca de 32% dos acessos no Brasil, número que já foi inferior a 20% há menos de uma década.
  • O público feminino tende a consumir conteúdos diferentes, com preferência maior por categorias como “romance”, “lésbicas” e “conteúdo amador”.

Fatores sociais e culturais

O consumo de pornografia no Brasil também se conecta a fatores culturais:

  • A desigualdade de educação sexual faz com que a pornografia seja, para muitos jovens, a primeira fonte de informações sobre sexo.
  • Estudos apontam que mais de 60% dos jovens brasileiros entre 15 e 24 anos relatam que a pornografia influenciou sua visão sobre sexualidade.
  • Há um aumento de discussões sobre vício em pornografia, principalmente entre homens jovens, relacionado a disfunções sexuais e dificuldades de relacionamento.

Conclusão

O Brasil é um dos principais mercados consumidores de pornografia online no mundo, com um público majoritariamente jovem, mas em diversificação. O fenômeno levanta debates sobre educação sexual, saúde mental, relacionamentos e impacto cultural.
Se, por um lado, a pornografia se consolidou como entretenimento digital de massa, por outro, traz consigo desafios sociais e psicológicos que ainda carecem de políticas públicas, pesquisas e conscientização.