
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira (14) uma revisão de suas projeções econômicas. Apesar de uma leve melhora, o Brasil continuará crescendo abaixo da média mundial nos próximos anos.
Projeções para o Brasil
- 2025: crescimento do PIB em 2,4% (antes era 2,3%).
- 2026: crescimento desacelera para 1,9%.
- Inflação (IPCA): 5,2% em 2025 (alta em relação aos 4,4% previstos antes) e queda para 4% em 2026, ainda acima da meta de 3% do Banco Central.
- Desemprego: sobe de 7,1% em 2025 para 7,3% em 2026.
Esses índices colocam o país atrás da média global, de 3,2% em 2025 e 3,1% em 2026.
Fatores que travam o crescimento
Segundo o FMI, a economia brasileira enfrenta obstáculos estruturais e conjunturais:
- Tarifaço de Donald Trump: o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros exportados aos EUA prejudicará as projeções de 2026.
- Política fiscal incerta: dificuldades de aprovar novas fontes de arrecadação e o aumento dos gastos públicos afetam a confiança dos investidores.
- Inflação resistente: expectativas acima da meta corroem credibilidade e dificultam cortes mais agressivos nos juros.
- Mercado de trabalho: após a recuperação pós-pandemia, há tendência de enfraquecimento do emprego.
Impactos políticos e econômicos
A revisão frustra a narrativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que costuma defender que seu governo levará o país a crescer acima de 3%. A dificuldade de sustentar esse ritmo, diante de limitações fiscais e choques externos, expõe o desafio de equilibrar política social, credibilidade fiscal e produtividade.
Cenário global mais favorável
No mundo, as perspectivas são mais otimistas. O FMI revisou para cima a previsão do PIB global em 2025 (de 3% para 3,2%), e manteve 2026 em 3,1%, sustentadas por:
- retomada da economia chinesa;
- estabilização da inflação em economias desenvolvidas;
- maior dinamismo em mercados emergentes da Ásia.
Síntese: o Brasil cresce, mas com ritmo medíocre frente à média global. Pressionado pelo tarifaço dos EUA, pela inflação acima da meta e pelo peso do gasto público, o país enfrenta o risco de estagnação relativa em meio a um cenário internacional mais favorável.
