
A aranha-marrom é um dos aracnídeos mais perigosos encontrados em áreas urbanas do Brasil. O Ministério da Saúde registrou mais de 43 mil acidentes com aranhas em 2023, sendo a aranha-marrom uma das principais envolvidas. O Sul do país concentra mais da metade das ocorrências, com destaque para o Paraná.
Também conhecida como aranha-violino, por causa do desenho no abdômen que lembra o instrumento, pertence ao gênero Loxosceles. Apesar do tamanho pequeno (cerca de 3 a 4 cm), seu veneno pode provocar lesões graves, necrose e até complicações fatais.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, apenas três grupos de aranhas são considerados de importância médica no país: armadeira (Phoneutria), viúva-negra (Latrodectus) e a aranha-marrom.
Onde a aranha-marrom se esconde
A espécie prefere locais escuros, secos e pouco movimentados. Costuma se abrigar em:
- roupas
- sapatos
- atrás de quadros e móveis;
- itens de material de construção, como telhas, tijolos e madeiras;
- dentro de armários e depósitos.
A aranha-marrom gosta de lugares escondidos, escuros, quentes e secos, principalmente locais com pouca movimentação, como em estantes, armários com caixas e materiais com pouco usoAlcides Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba

Como evitar a presença da aranha-marrom
A prevenção depende de cuidados simples no dia a dia. O Ministério da Saúde faz as seguintes recomendações:
Mantenha jardins e quintais limpos;
Evite o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas;
Evite folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas;
Limpe periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas;
Sacuda roupas e sapatos antes de usá-los;
Vede frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas. Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
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Afaste as camas e os berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão;
Inspecione sapatos e tênis antes de calçá-los
Como diferenciar picada de inseto e de aranha-marrom
A picada da aranha-marrom muitas vezes passa despercebida. A dor é discreta nas primeiras horas. Depois surgem sinais como:
lesão pálida ou arroxeada com vermelhidão ao redor
evolução para necrose em alguns casos
urina escura, palidez e pele amarelada em quadros graves
Quando ocorre inchaço ou dor persistente que só progride, o ideal é buscar atendimento médico, especialmente se começar a ter sintomas sistêmicos, como mal-estar, náuseas, vômitos e manchas na peleRoberta de Oliveira Piorelli, médica do Hospital Vital Brazil, em nota do Instituto Butantan

Tratamento para humanos
O tratamento deve ser imediato. Segundo o Ministério da Saúde, :
Procure atendimento médico imediatamente;
Fotografe ou informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho;
Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão;
Compressas mornas podem ajudar a aliviar a dor;
Procure a unidade médica mais próxima
O soro antiaracnídico, produzido pelo Instituto Butantan e distribuído pelo SUS, é indicado para casos graves, principalmente quando há necrose ou sinais de hemólise. “Geralmente as picadas com a aranha-marrom ocorrem quando ela se esconde entre as roupas nos armários ou enquanto se deslocam nos tetos durante a noite e caem em cima da cama de pessoas que estão dormindo”, diz Antonio Brescovit, pesquisador do Instituto Butantan.
Acidentes em pets
Cães e gatos também podem ser vítimas. No caso da aranha-marrom, os sinais mais comuns são ferida com necrose, sangue na urina e urina escura. Não existe soro veterinário. O tratamento é feito de forma sintomática, com acompanhamento de um médico veterinário.
De acordo com orientação do Instituto Butantan, os animais podem ainda apresentar inchaço, dor intensa e dificuldade para se movimentar. Em casos graves, há risco de alterações cardíacas e respiratórias.Comunicar erro
FONTE: UOL