Copom mantém Selic em 15% ao ano, maior nível em quase duas décadas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, de forma unânime, manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006, no primeiro mandato do presidente Lula. A decisão já era esperada pelo mercado e deve se estender por um período prolongado, ao menos até o início de 2026.

O Copom justificou a manutenção dos juros citando três fatores principais:

  • Inflação acima da meta – apesar da desaceleração da atividade econômica, os preços seguem pressionados;
  • Mercado de trabalho aquecido – o dinamismo do emprego mantém pressões sobre a demanda;
  • Cenário externo incerto – política econômica nos EUA e tensões geopolíticas elevam a volatilidade dos ativos e exigem cautela de países emergentes.

O governo já sente os efeitos da política monetária contracionista. O Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento do PIB de 2025 para 2,3% (antes 2,5%), atribuindo a revisão aos impactos do crédito mais caro e à desaceleração da atividade.

📌 Contexto:
A Selic é o principal instrumento para controlar a inflação, mas juros elevados encarecem o crédito, esfriam o consumo e podem reduzir o ritmo de crescimento econômico — efeito que tende a atingir com mais força a população de baixa renda.