
A diretora do Hospital Padre Olívio (HPO), Jackeline Comarela Pin, conhecida por evitar a contratação de profissionais celetistas na unidade hospitalar de Vargem Alta e adotar a pejotização como regra, aparece no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) como médica celetista em um hospital localizado a 915 km de distância, no interior de São Paulo.
Segundo o CNES, Jackeline exerce carga horária semanal de 10 horas no Centro Médico de Pirapora do Bom Jesus, no interior do estado de São Paulo, gerido pela ANAESP – Associação Nacional de Apoio ao Ensino, Saúde e Políticas Públicas de Desenvolvimento.
Relação com a ANAESP
A ligação de Jackeline com a ANAESP passa diretamente por Marceli Pascoal Hemerly, atual diretora da instituição. Marceli já foi tesoureira do Hospital Padre Olívio e subordinada de Jackeline no hospital de Vargem Alta.
O vínculo se inverteu: hoje, é Marceli quem aparece como chefe de Jackeline no Centro Médico de Pirapora do Bom Jesus (SP). Essa relação evidencia não apenas a proximidade entre ambas, mas também um padrão de atuação que conecta o HPO a uma rede de interesses que ultrapassa os limites do Espírito Santo.
Histórico profissional e vínculos celetistas de Jackeline
Antes mesmo de assumir a direção do HPO, Jackeline também manteve vínculo celetista como médica clínica do Pronto Atendimento Municipal Adauto Gonçalves Pessine, em Rio Novo do Sul, entre novembro de 2018 e julho de 2022. O contrato da Prefeitura com a empresa gestora foi rompido após denúncias.
A partir de julho de 2022, Jackeline passou a ter ligação direta com a ANAESP, como celetista no interior de São Paulo. Esse vínculo se manteve até setembro de 2023, quando então ela passou a figurar como diretora de serviços de saúde e médica clínica do HPO, em Vargem Alta, agora na condição de autônoma.

Atualmente, Jackeline divide seu tempo entre a direção do Hospital Padre Olívio com o salário de R$ 7 mil e suas funções celetistas vinculadas à ANAESP. A contradição é evidente: enquanto em Vargem Alta ela defende a pejotização da maioria dos funcionários, em São Paulo assegura para si os direitos trabalhistas da CLT.
O que é o CNES?
O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) é um sistema do Ministério da Saúde que registra todos os serviços e profissionais de saúde do país. Nele constam informações sobre hospitais, clínicas, laboratórios e seus vínculos trabalhistas, incluindo médicos e demais profissionais.
O CNES é fundamental para o planejamento e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), pois permite monitorar recursos humanos, estrutura física e vínculos empregatícios. Além disso, garante transparência ao tornar públicas informações sobre a atuação de profissionais e instituições, sendo uma ferramenta essencial de fiscalização e controle social.
FONTE: DAHORAES