
A noiva do cantor Mc Guimê, Fernanda Stroschein, causou na internet ao publicar uma foto realista da filha do casal, gerada por um exame chamado ultrassom em 8k. A tecnologia que vem se popularizando entre as celebridades, e também foi aderida pela cantora Ludmilla e a esposa Bruna, desperta curiosidades e dúvidas nas redes sociais, principalmente acerca da precisão da imagem que é gerada por inteligência artificial.
No registro publicado por Fernanda, que está grávida de aproximadamente 7 meses, é possível ver o rosto da pequena Yarin ainda dentro do útero, com uma precisão que impressiona. Entretanto, muitos internautas que não conhecem a tecnologia desconfiam da veracidade das imagens, acreditando que se tratam de montagens ou edições digitais.

Em entrevista ao portal O TEMPO, a médica ginecologista e obstetra, Gisele Maciel, explica como o ultrassom 8K funciona:
“É uma tecnologia que utiliza a imagem obtida em exames tradicionais, como o ultrassom 3D ou 4D, e a aprimora por meio de softwares de Inteligência Artificial. O equipamento capta os dados em tempo real, mas o diferencial está no processamento posterior: o sistema aplica algoritmos capazes de refinar textura, luz e profundidade, gerando um resultado extremamente realista, como se fosse uma fotografia do bebê ainda no útero. Não se trata de um tipo completamente novo de ultrassom, mas sim de uma evolução na forma como a imagem é tratada”, afirma.
Apesar de ter caído no gosto de celebridades, o exame tecnológico não é acessível para todas as grávidas e ainda não está disponível no SUS. Os planos de saúde também não cobrem o ultrassom, que é considerado para fins estéticos. Além disso, não são todos os hospitais particulares que contam com a tecnologia: “Esse exame está mais presente em clínicas especializadas em medicina fetal ou diagnóstico por imagem que investem em tecnologia de ponta”, explica a ginecologista.
O ultrassom 8k é confiável?
Apesar do uso da Inteligência artificial para gerar a imagem, a doutora Gisele Maciel garante que a precisão do exame é alta, mesmo que exista a possibilidade de variações. “O nível de acerto em termos de fidelidade da aparência é muito alto para a visualização de características externas, como o rosto. O exame não altera o diagnóstico médico: ele parte das mesmas imagens captadas no ultrassom convencional e as aprimora digitalmente, é um complemento visual”, diz a obstetra.
O exame também não é obrigatório e os médicos podem apenas recomendar para pais que desejam uma recordação realista da gestação.
“O diagnóstico de doenças ou malformações continua sendo feito pelos exames tradicionais, que utilizam outros recursos de imagem e parâmetros técnicos que não estão ligados à renderização estética”, afirma a médica.
Gisele ainda afirma que, para ter acesso à saúde do bebê, há outras técnicas de alta tecnologia disponíveis no mercado com essa finalidade.
“Para a avaliação médica, ainda existem tecnologias complementares, como ultrassons de alta resolução com Doppler e ressonância magnética fetal, que oferecem informações fundamentais sobre a saúde do bebê, e não apenas sobre sua aparência”, finaliza a ginecologista.
FONTE: O TEMPO