Um acidente com um caminhão carregado com soda cáustica, ocorrido na última segunda-feira (11/8), na BR-365, contaminou o Córrego do Funil e o Ribeirão do Carmo, responsável por abastecer os municípios de Ouro Preto e Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Cerca de 40 mil litros da composição química foram derramados no acidente, sendo que 19.645 litros atingiram o ribeirão.

A contaminação foi confirmada pelo prefeito de Mariana, Juliano Duarte (PSB). De acordo com o chefe do Executivo, análises realizadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) confirmaram que a qualidade da água está fora dos padrões, tornando-a imprópria para qualquer uso. “O auto de infração já foi lavrado, com base no nosso código ambiental. A empresa será responsabilizada pelos danos ambientais”, informou o prefeito nas redes sociais.

Equipes da Secretaria de Meio Ambiente e do Instituto Habitat foram mobilizadas para recolher os peixes mortos e resgatar animais sobreviventes. “A soda cáustica não altera a cor da água, o que dificulta perceber o risco, mas pode causar queimaduras graves. Não utilize a água nem para consumo, nem para animais ou atividades como garimpo”, disse o subsecretário de Defesa Civil de Mariana, André Machado.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura de Ouro Preto, Francisco de Assis, a concessionária responsável pelo abastecimento de água no município não realiza a captação na área afetada. Ele orientou a população a não utilizar a água até uma avaliação definitiva do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA). “Não há, em Ouro Preto, nenhum boletim de ocorrência relativo à mortandade de peixes em toda a calha do rio, que vai até a fronteira com Mariana. Temos monitorado a situação por meio de amplo diálogo, certificando-nos de que não há captação de água para distribuição na rede pública no trecho afetado”, explicou.

Por causa do acidente, a Prefeitura de Governador Valadares, na Região do Rio Doce, informou que está realizando o monitoramento constante da qualidade da água e das condições ambientais. “As análises indicam que a água que abastece o município não foi comprometida pelo incidente”, destacou. A prefeitura reforçou que a “população pode permanecer tranquila” e pediu que a população procure os canais oficiais em caso de dúvidas.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que acompanha a situação junto aos órgãos competentes, “adotando as medidas necessárias para a mitigação dos impactos ambientais e garantindo a segurança da população”. Procurada pela reportagem de O TEMPO, a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais não se manifestou. A matéria será atualizada com o posicionamento.

FONTE: O TEMPO