
Um capixaba de 29 anos, morador de Vila Velha, foi novamente alvo de mandado de prisão nesta terça-feira (12) durante a segunda fase da operação Medici Umbra II, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. O homem já estava detido desde 24 de julho, quando foi preso na Operação Falso Patrono III, mas agora é apontado como integrante de uma quadrilha que usava inteligência artificial para aplicar golpes milionários contra médicos gaúchos.
Segundo a Polícia Civil gaúcha, o grupo criminoso manipulava imagens de “sósias” para enganar sistemas de reconhecimento facial de instituições financeiras e plataformas digitais. As investigações indicam que o capixaba era responsável por fornecer e fabricar documentos falsos em nome das vítimas, permitindo o acesso a contas e aplicações.
Na ação desta terça, três pessoas foram presas. Além do capixaba, um suspeito de 44 anos foi localizado em São Paulo, acusado de coordenar a logística do esquema e recrutar “sósias”. Ele também fornecia contas de empresas com alto limite para movimentar os valores desviados, recebendo comissões de até 40%. Outro preso, de 20 anos, foi detido em Ananindeua (PA) e é acusado de usar bots para obter e vender dados pessoais.
Prejuízo milionário
O caso começou a ser investigado em janeiro, quando um médico denunciou a invasão de sua conta de e-mail e do perfil no portal gov.br. Os criminosos acessaram documentos pessoais e tentaram movimentar mais de R$ 700 mil em uma corretora de investimentos. Outras quatro vítimas também foram identificadas, com prejuízos que somam cerca de R$ 80 mil.
A segunda fase da operação foi deflagrada após a análise de celulares apreendidos na primeira etapa, que revelou novos participantes do esquema.
Prisão em julho por outro golpe
O capixaba havia sido preso em julho no contexto da operação Falso Patrono III, que investigava estelionatos e falsificação de documentos em um golpe conhecido como “falso advogado”. Na ocasião, a polícia apontou que ele criava e vendia logins de advogados em sistemas processuais como PJe, ESAJ, Projudi e eproc, permitindo a consulta de processos e o uso indevido de assinaturas digitais.
De acordo com o delegado João Vitor Herédia, titular da DRCPE/Dercc, ele também mantinha uma gráfica clandestina usada para fabricar documentos falsos e criar identidades digitais. “Foram identificadas fraudes em contas gov, contas de aplicativos e outros documentos eletrônicos”, afirmou o delegado.