
A família de Juliana Marins, brasileira de 26 anos que morreu depois de cair durante uma trilha no Monte Rinjani, em Lombok, cogita processar o governo da Indonésia por negligência.
O pai da turista, Manoel Marins, 64 anos, atribuiu a tragédia a falhas nos serviços de resgate e à estrutura precária oferecida no local. O corpo de Juliana, resgatado apenas quatro dias depois do acidente, será enterrado nesta sexta-feira, 4, em Niterói (RJ), onde a família mora.
Apesar do desejo inicial pela cremação, a família optou pelo sepultamento para garantir a possibilidade de exumação, caso seja necessário aprofundar investigações futuras sobre a causa da morte.
O velório de Juliana Marins
Manoel Marins, que acompanhou o resgate na Indonésia, relatou que a atuação dos órgãos locais foi limitada.
“Eu ficava até com pena do pessoal da Defesa Civil local”, disse Manoel, à imprensa. “Eles têm boa vontade, mas não têm recursos. Se os voluntários não tivessem chegado, é bem provável que Juliana sequer fosse resgatada.”
As operações de busca enfrentaram dificuldades devido ao terreno acidentado e ao clima adverso, o que atrasou o resgate. Imagens de drones registraram Juliana sentada e se movendo em um local íngreme no dia 21 de junho.
No dia 24, quando seu corpo foi localizado, ela estava em outro ponto, sugerindo que pode ter ocorrido uma segunda queda.
O velório de Juliana começou às 10h10 e permaneceu aberto ao público até o meio-dia. Entre 12h30 e 15h, a cerimônia ficou restrita aos familiares. A Justiça do Rio de Janeiro havia autorizado a cremação na quinta-feira 3, porém os preparativos para o enterro já estavam avançados.
Investigação da causa da morte
O processo judicial contra o governo indonésio dependerá do laudo da autópsia feita no Brasil, na quarta-feira (2) Juliana já havia passado por necropsia na Indonésia, mas a família solicitou um novo exame para esclarecer detalhes sobre o horário e a causa da morte, bem como identificar possíveis sinais não detectados anteriormente.
Dois legistas da Polícia Civil, um perito da Polícia Federal, um assistente técnico da família e Mariana Marins, irmã da vítima, acompanharam o novo exame. O laudo preliminar deve ser divulgado em até sete dias a partir da data do procedimento.
O médico legista responsável destacou que Juliana apresentava múltiplas fraturas e hemorragia interna, o que explicaria o óbito. Estima-se que a jovem pode ter sobrevivido até quatro dias depois da queda inicial, embora não se saiba a data exata da morte.
Fonte: Oeste