
As temperaturas caíram e tudo indica que o inverno será intenso em boa parte do Brasil. Com os termômetros registrando temperaturas tão baixas, fica a pergunta: qual é a menor temperatura que o corpo humano é capaz de suportar?
Embora os efeitos do frio variem de acordo com o tamanho e o formato do corpo, o organismo humano tem dificuldades para se adaptar a temperaturas muito baixas, podendo ocasionar hipotermia e levar à morte.
Quando a hipotermia se torna um risco
Uma pessoa adequadamente vestida pode sobreviver a uma temperatura de até -29°C em condições de ausência de vento, segundo fisiologista britânica Frances M. Ashcroft em seu livro A Vida No Limite: A Ciência da Sobrevivência.
O livro destaca que a sensação térmica é influenciada pela velocidade do vento, e que a exposição prolongada a baixas temperaturas pode levar à hipotermia e à morte.
Na obra, a fisiologista diz que se o vento for de 16km/h, a temperatura cai para -44º e a pele congelaria em um ou dois minutos. Se o vento fosse de 40 km/h, a temperatura seria equivalente a -66ºC, congelando-a em menos de 30 segundos.
Gustavo Lenci Marques, médico cardiologista e professor de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), afirma que é sempre bom se cuidar, pois os ambientes com temperaturas positivas também oferecem risco.
“Aqui no Sul, não é incomum, por exemplo, nessa época do ano, a gente atender pessoas em situação de rua que durante a noite teve parada cardíaca em decorrência de frio extremo. E a gente nem está falando de temperaturas negativas, que não são tão comuns para gente”, afirmou.
De acordo com o especialista, uma temperatura positiva próxima a zero graus, por exemplo, uma pessoa sem proteção praticamente não sobrevive. “Depende do preparo, de como a pessoa está acostumada, dos mecanismos de adaptação do corpo dela, ela toleraria, mas ainda assim com muito risco.”
Sobre a reação que a exposição do frio provoca e como ele causa a morte, o médico explicou que o corpo, quando está com uma temperatura muito baixa, ele começa a reduzir suas ações e a atividade vai ficando mais lenta.
“O coração vai batendo mais devagar, o cérebro vai funcionando menos, o corpo vai perdendo atividade aos pouquinhos. Ela não é uma morte súbita. É como se a pessoa estivesse dormindo, adormecendo”, detalhou.
No frio, algumas partes do corpo, como nariz, orelhas ou rosto, podem começar a congelar se a exposição for prolongada. Para não correr risco desnecessário, a recomendação médica é a utlização de agasalhos sempre que for sair.
FONTE: TERRA