
A Câmara Municipal de Vargem Alta aprovou, na tarde desta terça-feira (10), por 9 votos a 1, o Projeto de Lei Substitutivo nº 02/2025, que modifica a Lei nº 908/2011. O texto cria uma nova categoria salarial para cargos médicos, elevando significativamente os vencimentos de cinco profissionais — entre eles, a médica Andréia Mansur Barbosa Rabello, esposa do atual prefeito, Elieser Rabello, que ainda está na ativa, além de outros quatro já aposentados.
O reajuste, que chega a 226%, gerou polêmica por seu impacto estimado em cerca de R$ 593 mil anuais nas contas do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Vargem Alta (Ipreva). Críticos afirmam que o projeto pode comprometer a saúde financeira do órgão e afetar o futuro da aposentadoria dos servidores municipais.
A única vereadora a se opor à medida foi Eliane Turini (PSB). Ela argumentou que a proposta é “injusta e irresponsável”, já que ignora a defasagem salarial do restante dos funcionários públicos. Embora reconheça a importância da valorização dos profissionais de saúde, Eliane destacou que isso não pode ocorrer em detrimento dos demais trabalhadores.
Em defesa da proposta, a vereadora Ana Ignês Cereza (Podemos) afirmou que o prefeito prometeu enviar ao Legislativo, até agosto, um novo projeto com aumento salarial para todos os servidores do município.
Mesmo entre os parlamentares favoráveis, houve manifestações de incerteza. O vereador Rivelino Rosa (MDB), por exemplo, declarou que considera a medida “um experimento” diante da dificuldade de contratação de médicos apontada pelo Executivo. “Prefiro arriscar. Vamos torcer para que funcione”, afirmou, apelando ainda para que o Ipreva não sofra as consequências negativas.
A lista dos que votaram a favor inclui os vereadores Iquinho Fávero (PSB), Elder Galvão (PDT), Almezindo Betini (MDB), Ronaldinho Motta (PL), Vicenti Marques (Podemos), Djalma (PSB), Edinho de Backer (MDB), Ana Ignês Cereza (Podemos) e Rivelino Rosa (MDB). O presidente da Casa, Celim Sartóri, não participa das votações.
A decisão gerou forte reação de setores preocupados com a viabilidade do fundo previdenciário, que alertam para o risco de colapso financeiro caso medidas como essa se tornem frequentes.