
O Espírito Santo segue em alerta para o avanço da influenza A e do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que vêm impactando principalmente idosos e crianças em todo o país. A nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada quinta-feira (22), destaca o estado como um dos 20 do Brasil com tendência de crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), condição que exige hospitalização e tem elevado potencial de letalidade.
De acordo com o informe da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), até 17 de maio, o Espírito Santo registrou 1.143 internações por SRAG, com maior número de casos entre crianças de até 4 anos e idosos com 60 anos ou mais. Os dados revelam que 12,95% desses casos foram causados por influenza, enquanto 28,17% foram atribuídos a outros vírus respiratórios, como o VSR.
Em comparação com o cenário nacional, a prevalência da influenza A entre os casos de SRAG é de 33,3%, e o VSR corresponde a 53,6%, demonstrando uma forte atuação desses vírus em todo o território brasileiro. No Espírito Santo, a circulação da influenza A H1N1 tem sido predominante, com surtos também de VSR e rinovírus.
Em Vitória o cenário é ainda mais preocupante. A cidade é uma das 16 capitais brasileiras que apresentam nível de atividade de SRAG classificado como “alerta” ou “alto risco”, com tendência de crescimento nas próximas semanas. A mesma condição é observada em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife.
Nos casos com identificação laboratorial de vírus entre as semanas 18 e 20, 88% foram causados por influenza A H1N1 e 12% por VSR, apontando um crescimento expressivo da circulação desses agentes no estado. Além disso, foram registrados nove óbitos com identificação viral no período: quatro por influenza A em adultos, quatro em idosos e um por VSR em criança.
A pesquisadora Tatiana Portella, da Fiocruz, reforça a necessidade de manter a caderneta de vacinação atualizada e adotar medidas de proteção, como o uso de máscaras em locais fechados, etiqueta respiratória e higiene das mãos. “Quem não faz parte dos grupos prioritários, e se o município já ampliou a vacinação, deve aproveitar para se imunizar”, orienta.
A SESA recomenda que, diante de sintomas gripais, a população procure atendimento médico e evite o contato com pessoas vulneráveis. A campanha de vacinação contra influenza está em andamento nos municípios capixabas e é a principal estratégia para conter a disseminação do vírus e reduzir hospitalizações.
FONTE: JOÃO OTÁVIO CARVALHO – ES HOJE