
O juiz de Los Angeles Michael Jesic decidiu diminuir a pena dos irmãos Menendez em uma audiência nessa terça-feira (13). Após ficarem mais de 30 anos presos, o tribunal modificou a pena de prisão perpétua sem liberdade para 50 anos de prisão perpétua com liberdade condicional.
Isso abriu a possibilidade para os dois irmãos, que ficaram famosos pelo assassinato dos pais em 1989, conseguirem sair da prisão, após muitos pedidos para que o caso tenha o rumo revertido. Eles defendem que as mortes foram para poder se salvar, com medo que os pais matassem eles antes.
‘Não estou dizendo que eles devem ser soltos, isso não cabe a mim decidir. Mas acredito que eles já fizeram o suficiente nesses 35 anos para merecer essa chance’, declarou o juiz.
Na audiência, eles também deram relatos sobre os assassinatos que, segundo ambos, foram após anos de abuso sexual do pai, José, com a ajuda da mãe, Kitty.
‘Minhas escolhas naquela noite roubaram a vida plena dos meus pais. Só consigo imaginar o medo, a dor e o trauma que isso causou [à minha família]’, disse Erik, emocionado, que tinha 18 anos na época das mortes e hoje possui 54.
Já Lyle, que tinha 21 anos e atualmente possui 57, afirmou que reconheceu o erro:
‘Cometi um ato atroz contra duas pessoas que tinham o direito de viver, minha mãe e meu pai’, afirmou.
O que falta agora para eles serem soltos?

Em tese, os irmãos possuem direto de forma imediata à liberdade condicional, de acordo com a lei de jovens infratores da Califórnia. Isso porque cometeram o crime com menos de 26 anos. Porém, a decisão ficará a cargo do conselho de liberdade condicional do estado e do governador Gavin Newsom.
O primeiro é um órgão que realiza audiências de adequação para determinar se a pessoa pode ou não ser liberta. Normalmente, após decisão do tribunal, eles possuem um prazo máximo de seis meses para marcar uma audiência. Porém, já possuem uma reunião no conselho no dia 13 de junho, o que pode servir para liberdade.
Além disso, os advogados dos Menendez fizeram um pedido de clemência ao governador Newsom, que já havia pedido anteriormente para o conselho avaliar o risco que ambos representariam para a sociedade se fossem soltos.
O governador da Califórnia tem o poder de comutar suas sentenças.
Segundo veículos americanos, a expectativa é que, até setembro, se tenha uma decisão oficial sobre a soltura deles.
Relembre o caso
O caso dos irmãos voltou a tona após a série da Netflix que conta a história do assassinato na casa deles em Beverly Hills, nos Estados Unidos, em 1989. Eles foram considerados culpados em 1996. Segundo evidências apresentadas pela defesa, eles foram abusados sexualmente pelo pai, um executivo de uma gravadora e da indústria do entretenimento.
O ex-promotor público do Condado de Los Angeles, George Gascon, entrou com uma petição por uma nova sentença no outono de 2024, citado as evidências. Ele ainda argumentou que os dois pagaram a sua dívida com a sociedade e possuem o direito à liberdade segundo o estatuto estadual para jovens infratores, já que tinham menos de 26 anos na época.
Apesar disso, o novo promotor público do caso, Nathan Hochman, se opôs à nova sentença desde que assumiu o cargo. Ele defende que os Menendez não reconheceram ou aceitaram qualquer responsabilidade pelas mortes.
Lyle e Erik afirmam desde o julgamento que cometeram o crime, mas dizem que isso foi por medo de que seus pais estivessem prestes a matá-los após anos de abuso sexual por parte do pai e agressões da mãe. Já os promotores disseram que as mortes foram friamente calculadas e motivadas pelos irmãos buscarem herdar a fortuna multimilionária dos pais.
Boa parte dos membros da família apoiam a libertação dos irmãos. Só que um dos que nunca apoiou foi Milton Anderson, irmão da mãe deles, Kitty. O homem sempre disse que as alegações de abuso dos sobrinhos era mentira.
FONTE : CBN