
Em 2025, o Dia das Mães será comemorado no dia 11 de maio, seguindo a tradição brasileira de celebrar a data sempre no segundo domingo do mês. Apesar de sua importância social e simbólica, a data não é considerada feriado nacional nem ponto facultativo.
Instituída há mais de 90 anos por ordem do presidente Getúlio Vargas, pelo decreto número 21.366, a comemoração visa homenagear o amor materno e seu papel essencial na formação dos valores humanos.
O decreto assinado em 5 de maio de 1932, estabeleceu a data como forma de “exaltar as virtudes do amor materno e seu papel no desenvolvimento da bondade e da solidariedade no ser humano”. A escolha como data oficial foi inspirada em modelos adotados por outros países, especialmente os Estados Unidos.
Dia das Mães: origem do feriado

A celebração do Dia das Mães tem suas raízes no século XIX, nos Estados Unidos. A primeira tentativa de criar uma data específica para as mães surgiu em 1872, com ativistas pacifistas que propunham um “Dia das Mães pela Paz”, em meio ao clima de tensões pós-Guerra Civil.
No entanto, foi a americana Anna Jarvis, da Virgínia Ocidental, quem transformou a ideia em um movimento real e contínuo, em homenagem à própria mãe, Ann Reeves Jarvis.
Ann, que perdeu 9 dos 13 filhos para doenças infantis, dedicou sua vida ao combate à mortalidade infantil. Atuava em grupos religiosos que ensinavam práticas de higiene e ofereciam ajuda a famílias doentes durante e após a Guerra Civil Americana.
Após sua morte, em 9 de maio de 1905, Anna iniciou uma campanha para criar um dia nacional em reconhecimento ao papel das mães.
A primeira celebração oficial aconteceu em 1908, na igreja metodista de Grafton. Em 1910, a data foi reconhecida como feriado no estado da Virgínia Ocidental, e em 1914, tornou-se feriado nacional nos EUA, por decisão do então presidente Woodrow Wilson.
Por que o Dia das Mães é comemorado no segundo domingo de maio?
Anna Jarvis escolheu o segundo domingo de maio por ser próximo à data de falecimento de sua mãe. A ideia era que o dia homenageasse de forma íntima e singular a própria mãe de cada pessoa — tanto que ela defendia que o nome correto fosse “Dia da Mãe”, no singular.
A escolha estratégica do domingo também facilitava a participação das famílias, especialmente em igrejas. A tradição norte-americana influenciou diretamente outros países, incluindo o Brasil, que oficializou o segundo domingo de maio como Dia das Mães.
Anna Jarvis e sua resistência à comercialização
Com o passar do tempo, a data ganhou um enorme apelo comercial. Porém, Anna Jarvis se opôs fortemente a essa transformação. Ela acreditava que o verdadeiro sentido da comemoração havia sido corrompido por interesses mercadológicos.
Indignada com o uso comercial da data, Anna chegou a organizar boicotes a lojas, floriculturas e confecções, chegando inclusive a invadir um evento promocional em 1923. Ela passou os últimos anos de sua vida tentando revogar o feriado que ajudou a criar, colhendo assinaturas e recusando qualquer lucro gerado pela data.
Anna faleceu em 1948, aos 84 anos, sem nunca ter lucrado com o Dia das Mães. Sua trajetória é lembrada como um símbolo de devoção e também de resistência à mercantilização dos sentimentos.
Dia das mães: datas diferentes pelo mundo
Embora muitos países sigam a tradição do segundo domingo de maio — como Alemanha, Uruguai, Malásia e Dinamarca —, outros comemoram em momentos distintos.
A Rússia e a Sérvia, por exemplo, celebram no Dia Internacional da Mulher, 8 de março. Já na Noruega, o Dia das Mães ocorre no segundo domingo de fevereiro.
FONTE: O POVO