Anvisa volta a interditar pasta de dente da Colgate

Empresa retirou recurso que havia permitido a volta da comercialização e uso da marca Total Clean Mint

A Anvisa (Agência Nacional de Segurança Sanitária) voltou a interditar a comercialização da pasta de dente do tipo Colgate Total Clean Mint. O órgão não recomenda nem a venda nem o uso do produto.

“Esclarecemos aos pontos de venda que não existe determinação de recolhimento, no momento, mas o produto deve ficar separado e não deve ser exposto ao consumo ou uso”, disse a agência no momento da interdição original do produto, em 27 de março.

A decisão foi tomada após relatos de consumidores que teriam tido reações alérgicas à pasta. A interdição foi suspensa um dia depois após recurso da Colgate.

Nesta quarta-feira (30), o produto foi interditado novamente após a própria empresa retirar o recurso. “A decisão da Colgate é incentivada pela colaboração contínua com a Anvisa e pelo avanço das investigações técnicas junto à agência. A empresa acredita numa resolução oportuna do tema”, diz nota da empresa.

A imagem apresenta uma propaganda do creme dental Colgate Total 12 Clean Mint. O texto destaca que os dentes ficam protegidos por 12 horas. O fundo é em tons de cinza e há um círculo colorido que envolve o nome do produto. Na parte inferior, há um botão vermelho com a palavra 'CONHEÇA'.
A Anvisa determinou que todas as pastas Colgate Clean Mint fossem interditadas após clientes terem relatado que a nova fórmula estaria dando reações alérgic – Divulgação/Colgate

O creme dental envolvido na polêmica é o Total Clean Mint, produto que substituiu a linha Total 12 da marca em julho de 2024. Segundo a Anvisa, entre 1º de janeiro e 19 de março, foram recebidas oito notificações envolvendo 13 casos de eventos adversos relacionados ao uso de cremes dentais da marca.

Reações alérgicas como ardência, inchaço, vermelhidão e aftas na boca, na língua e na gengiva foram relatadas por consumidores à agência e também nas redes sociais. Os problemas teriam ocorrido após mudança na fórmula do produto, que agora contém fluoreto de estanho, conforme a Folha apurou anteriormente.

Os principais sintomas relatados incluem:

  • Inchaço (amígdalas, lábios e mucosa oral);
  • Sensação de queimação/ardência;
  • Sensação de dormência (lábios/boca);
  • Sensação de ressecamento/boca seca;
  • Gengiva sensível/irritada;
  • Vermelhidão (lábios/boca).

À época, a empresa defendeu que a fórmula é segura —posição que foi reforçada no comunicado desta quarta. “A Colgate reafirma a segurança e qualidade do seu produto Colgate Total Clean Mint, o qual segue os rígidos padrões das agências regulatória.”

Com a retomada da interdição, segue valendo a recomendação da Anvisa para que consumidores interrompam o uso do produto até o fim das investigações. Para saber se o produto que está em sua residência é o que foi interditado, o cidadão deve olhar a caixa da pasta de dentes e procurar, no rótulo, o número do processo na Anvisa, que é 25351.159395/2024-82.

Se estiver somente com a bisnaga, é preciso verificar a composição. Se na lista de produtos constar a substância “fluoreto estanoso”, se trata do produto investigado e uso deve ser interrompido.

FONTE: FOLHA S. PAULO/ Helena Schuster