Médico é desligado após receitar Ibuprofeno de 2 em 2 horas a paciente na Serra

Por causa da experiência negativa, a paciente decidiu não retornar à unidade de saúde e disse que vai procurar atendimento particular.

Crédito: Arquivo Pessoal -

Um médico que atuava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serra Sede, na Grande Vitória, foi demitido nesta quarta-feira (29) após prescrever uma dosagem incorreta de Ibuprofeno a uma paciente de 26 anos. A jovem buscou atendimento na segunda-feira (28) relatando dores intensas nas costas e na cabeça.

De acordo com a paciente, o profissional receitou o medicamento anti-inflamatório para ser tomado a cada duas horas — frequência considerada perigosa e fora dos padrões recomendados. A falha foi percebida por funcionárias da farmácia municipal instalada na própria UPA, que corrigiram a receita e alertaram sobre a dosagem adequada: a cada 8 horas.

“Quando vi a receita, percebi que algo estava errado. Já usei esse remédio antes com meus filhos, então fui confirmar com as atendentes da farmácia. Elas ajustaram a quantidade e me explicaram o certo”, contou a paciente, que preferiu não se identificar.

Além do erro na prescrição, ela afirma ter sido tratada com desrespeito pelo médico, que, segundo relato, demonstrou despreparo e até pediu que ela mesma dissesse qual medicamento queria tomar.

“Ele foi grosseiro, sarcástico, não teve nenhum cuidado. Eu estava com dor, queria apenas o atendimento. Me senti mal atendida e desrespeitada”, relatou.

Por causa da experiência negativa, a paciente decidiu não retornar à unidade de saúde e disse que vai procurar atendimento particular. Ela também relatou que pretende registrar um boletim de ocorrência quando tiver tempo disponível.

A situação foi levada ao conhecimento do deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos), que encaminhou a denúncia ao secretário de Saúde do município.

Em nota, a Secretaria de Saúde da Serra informou que o erro na receita foi corrigido antes que a medicação fosse ingerida. A pasta também declarou que uma apuração interna foi aberta e que o médico foi desligado imediatamente após a denúncia.

Até o momento, o Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) não se manifestou sobre o caso. A identidade do profissional não foi divulgada, e a reportagem segue tentando contato.