Alunos passam mal após punição física por não entregar tarefa em escola de Cachoeiro

Cerca de 15 alunos do 4º ano da Escola Municipal Valdy Freitas, localizada no bairro Paraíso, em Cachoeiro de Itapemirim, passaram mal após serem submetidos a uma atividade física intensa como forma de punição por não entregarem uma tarefa de casa.

Cerca de 15 alunos do 4º ano da Escola Municipal Valdy Freitas, localizada no bairro Paraíso, em Cachoeiro de Itapemirim, passaram mal após serem submetidos a uma atividade física intensa como forma de punição por não entregarem uma tarefa de casa. O caso ocorreu na última terça-feira (22) e gerou indignação entre pais e responsáveis.

Segundo relato de uma mãe, o professor de Educação Física exigiu que os alunos que não apresentaram a atividade corressem de 10 a 15 voltas em uma quadra extensa, em um exercício conhecido como “suicídio”, normalmente usado em treinamentos de alto rendimento.

“Meu filho tem ansiedade, roeu os dedos até sangrar. Ele passou mal, caiu no chão com falta de ar e mesmo assim foi mandado continuar correndo. Outras crianças vomitaram, têm asma, e ele mandou seguir. Até duas alunas que tentaram ajudar um colega foram ameaçadas de punição”, desabafou a mãe.

Diversos relatos indicam que as crianças ficaram emocionalmente abaladas, e alguns apresentaram sintomas físicos graves, como vômito, crises de ansiedade e dificuldade para respirar. A situação foi denunciada pelos responsáveis à direção da escola e também chegou ao conhecimento da Secretaria Municipal de Educação.

O que diz a Prefeitura

Em nota oficial, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, por meio da Secretaria Municipal de Educação, informou que foi notificada sobre o caso na manhã desta quarta-feira (23) e que já iniciou os procedimentos para apuração dos fatos. A Gerência de Gestão Escolar solicitou explicações formais à direção da escola.

“A Prefeitura não compactua com práticas pedagógicas punitivas e condena veementemente qualquer conduta que atente contra a dignidade e o bem-estar dos estudantes”, afirmou a secretaria no comunicado.

Foi aberta uma investigação para apurar a conduta do professor e, se forem confirmadas irregularidades, serão aplicadas as sanções previstas. Além disso, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente serão acionados para garantir os direitos dos alunos afetados.

A Secretaria destacou ainda que a conduta relatada vai contra os princípios éticos dos servidores públicos municipais e das diretrizes da rede de ensino, que preza por um ambiente escolar respeitoso, seguro e acolhedor.