
A empresa de Roraima chamada Paladar Nutri Ltda, que pertence a um empresário condenado criminalmente por intermediar venda de sentença judicial (Aldenor Dantas Sales), ganhou dois lotes em uma licitação de merenda escolar da Secretaria Estadual de Educação (SEDU) para crianças da rede de ensino estadual. O lote 3 foi ganho no valor de R$ 152.780.000,00 milhões. O lote 4 foi ganho no valor de R$ 210.955.995,0500.
Fontes afirmam que os preços oferecidos pela Paladar Nutri são inviáveis para prestar o serviço diante de sua extrema complexidade e que essa tática serviria para ganhar a concorrência com preços no chão.
Essa manobra ocorre em alguns Estados para as empresas ganharem a licitação e depois executarem os contratos de forma irregular, colocando produtos mais baratos, vencidos, estragados e de segunda linha na merenda das crianças. Nesses casos, os cardápios estabelecidos no edital são fraudados para se gastar menos e assim compensar o preço jogado no chão.
É claro que essa tática só ocorre se houver conivência e relações promíscuas com fiscais e servidores públicos. Não se está afirmando que esse é o caso, até porque historicamente a fiscalização no Espírito Santo é muito rigorosa, ao contrário de outros Estados em que vigora o esquema da fraude de cardápios. No Estado já foram aplicadas penalidades e contratos foram rescindidos por conta disso.
Mas o fato é que os valores dados pela empresa Paladar Nutri supostamente não cobrem os custos da complexidade do serviço, segundo fontes com experiência no tema. E em paralelo a isso merece atenção alguns eventos negativos que envolvem a empresa, conforme noticiado pela mídia nacional.
Em um episódio, reportagens informaram que a empresa Paladar Nutri, do empresário Aldenor Dantas Sales, se viu envolvida em escândalos por supostamente servir comida estragada com larvas e moscas para crianças indígenas na chamada Operação Acolhida do exército, gerando desnutrição e adoentando os pequenos. Essa operação foi criada para garantir direitos essenciais aos imigrantes que cruzaram a fronteira do Brasil em busca de uma melhor qualidade de vida. Órgãos de fiscalização foram acionados e abriram investigações sobre o assunto, conforme matérias nacionais abaixo:
Em outro episódio, matérias jornalísticas relataram que a mesma empresa também foi acusada de servir comida estragada no restaurante universitário (RU) da Universidade Federal de Uberlândia, gerando intoxicação alimentar nos alunos:
E um terceiro episódio que chama muita atenção, relacionada agora ao dono da Paladar Nutri, foi sua condenação criminal transitada em julgado por intermediar venda de sentença judicial. O empresário Aldenor Dantas Sales, que chegou a ser preso em flagrante por isso, foi condenado por crime de exploração de prestígio (artigo 357 do Código Penal), fato que gerou até aposentadoria de um juiz estadual de Roraima pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), confirmada pelo STF, conforme informa o próprio site oficial da instituição citando o nome do empresário:
Diante de todo esse emaranhado nebuloso e agora previamente alertado por essa reportagem, uma coisa é certa: se houver homologação dos contratos ganhos pela empresa Paladar Nutri, a Secretaria Estadual de Educação (SEDU) e seus agentes públicos serão sócios de qualquer problema que surgir por conta dos supostos preços irreais que prejudiquem ou inviabilizem a execução satisfatória do contrato de merenda. E também serão responsáveis em caso de desnutrição, intoxicação alimentar, doenças ou qualquer espécie de prejuízo à saúde das crianças.
Obviamente, o histórico da empresa e de seu dono também devem ser levados em consideração, como elementos de maior atenção e fiscalização sobre esses contratos ganhos pela empresa de Roraima Paladar Nutri.