Uma briga entre mães, iniciada na semana passada devido a um desentendimento entre suas filhas adolescentes, terminou de forma trágica. Na noite desta segunda-feira, uma das mulheres, Fabíola, moradora do bairro Niterói, foi atingida por oito facadas em frente à escola onde as filhas cursam a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Fabíola foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhada ao Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Piúma. Devido à gravidade dos ferimentos, precisou ser transferida para um hospital na Grande Vitória.

O que motivou a agressão

A diretora da escola, Sandra Boldrini, relatou que a mãe que reside nas Areias já havia sido alertada a procurar a polícia e o hospital após um episódio anterior. Segundo ela, no último sábado, Fabíola teria ido até a casa da agressora e colocado as adolescentes no carro, agredindo-as fisicamente, inclusive com coronhadas, e portando um revólver.

“A mãe agredida veio à escola contar o que havia acontecido. Eu fiquei muito assustada e orientei que ela fosse à delegacia e ao hospital. Ela estava bastante machucada, assim como as filhas. Muito revoltada, disse que não deixaria isso barato e que pegaria a outra mãe no trabalho ou na escola. De fato, a confusão aconteceu em frente à escola. A briga começou dentro do ônibus na volta para casa, segundo uma das envolvidas”, contou a diretora.

Assustada com tudo que ocorreu nesta noite a diretora lamentou. “Uma coisa que começou dentro do ônibus respingou na escola, eu estou muito triste com isso, não gostaria nunca que isso acontecesse. Anos e anos que eu tô na escola e jamais vi uma cena desta. Isso entristece muito a gente”, frisou Boldrini.   

A versão da filha da vítima

Uma das alunas envolvidas, filha de Fabíola, de 15 anos, apresentou uma versão diferente dos fatos.

Ela afirma que, na sexta-feira (21), as filhas da agressora a atacaram dentro do corredor da escola, alegando que ela teria feito um gesto obsceno para elas dentro do ônibus – o que a jovem nega, afirmando que sequer estava presente no dia do suposto ocorrido.

Segundo a adolescente, sua mãe foi até a casa da outra mãe para conversar, mas foi recebida com hostilidade. “Minha mãe foi conversar, mas as filhas da outra mulher entraram no carro para debochar dela. Minha mãe e a mãe delas começaram a brigar e a mulher disse que voltaria com uma faca, além de inventar que minha mãe estava armada.”

A estudante também relatou que, nesta segunda-feira (24), a agressora foi até a casa de Fabíola para provocá-la, tentando levá-la a reagir contra as adolescentes e ser filmada. “Minha mãe não reagiu e entrou para dentro de casa, o que as deixou com raiva.”

Nesta noite, ao chegar à escola, a jovem foi atacada pela mãe agressora e suas duas filhas. Sua mãe, ao presenciar a cena, interveio para defendê-la. Nesse momento, segundo a adolescente, a mulher sacou uma faca e desferiu oito golpes contra Fabíola.

“Eu vi minha mãe cheia de sangue. Meu namorado tentou pegar a faca da mão da mãe delas e cortou a mão”, contou a adolescente.

A filha da vítima negou que sua mãe estivesse armada. “Não há provas disso. Minha mãe nem tem arma, e as meninas nem ficaram machucadas para fazer exame de corpo de delito.”

A jovem também relatou ter sido vítima de bullying e ameaças constantes, apresentando prints de mensagens como evidência.

Ação da polícia

A Polícia Militar (PM) foi acionada e esteve no local. A agressora foi presa em flagrante e conduzida à Delegacia de Itapemirim, onde deverá ser autuada por tentativa de homicídio.

FONTE: ESPÍRITO SANTO NOTÍCIAS