Ao formalizar sua candidatura a deputado estadual no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fabrício Queiroz (PTB), ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio, omitiu um apartamento no valor de R$ 356 mil. 

O imóvel, localizado no bairro da Taquara, zona Oeste da capital carioca, foi comprado em novembro de 2018, segundo documento obtido pela colunista Juliana Dal Piva, do UOL. No registro divulgado pela Justiça Eleitoral, porém, não consta nenhum bem declarado em nome de Queiroz.

O apartamento foi adquirido por Queiroz com um financiamento junto a Caixa Econômica Federal, como mostra uma certidão do cartório do 9º ofício de registro de imóveis. O local é onde hoje ele mora com sua família. 

Foi lá também que o ex-assessor de Flávio chegou a cumprir prisão domiciliar, em meio às investigações pela suposta prática de rachadinhas no então gabinete do filho do presidente na Alerj.

A certidão também mostra que o valor financiado pelo imóvel foi de R$ 285,5 mil, o que indica que Queiroz pagou cerca de R$ 71,3 mil de entrada, embora o documento não detalhe como foi feito o pagamento desse valor. 

O imóvel foi vendido pela empresa Novo Engenho Construtora, Empreendimentos e Participações, por meio de um instrumento particular que foi posteriormente registrado em cartório, formalizando o negócio.

á nesta sexta-feira, em seu perfil no Instagram, Queiroz publicou vídeo em que afirma que seu imposto de renda foi declarado à Receita Federal com todos os seus bens. A reportagem tentou contato com ele para esclarecer por que tais informações não constam, portanto, no registro do TSE, mas não houve retorno até este momento.

Além disso, na plataforma DivulgaCand, do TSE, que disponibiliza para consulta os dados dos candidatos, a data de nascimento de Queiroz está errada. Aos 56 anos, ele nasceu no dia 8 de outubro de 1965. No portal, porém, a data registrada é 08/10/1995, ou seja, uma diferença de 30 anos.

Queiroz foi apontado pelo MP como operador do desvio de salários de outros assessores no gabinete de Flávio, mas a investigação foi posteriormente anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Livre do peso, ele se filiou, no início deste ano, ao PTB para ser candidato nas eleições de outubro. Apesar do desejo inicial de concorrer à Câmara, sua candidatura foi homologada na semana passada, na convenção estadual da sigla, para disputar uma vaga na Alerj.