Os voos para deixar a Rússia dispararam – tanto em preço quanto em vendas – rapidamente nesta quarta-feira (21), depois que o presidente Vladimir Putin ordenou a convocação imediata de 300 mil reservistas. O anúncio do presidente russo, feito em um discurso na televisão no início da manhã, no horário local, levantou temores de que alguns homens em idade de lutar não seriam autorizados a sair do país.

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse que a convocação seria limitada àqueles com experiência como soldados profissionais e que estudantes e recrutas não seriam convocados. O Kremlin se recusou a comentar se as fronteiras seriam fechadas para aqueles sujeitos à ordem de mobilização e pediu às pessoas que tenham paciência enquanto a lei é esclarecida.

Os dados do Google Trends mostraram um aumento nas buscas pelo Aviasales, o site de reservas de voos mais popular da Rússia.

Os voos diretos de Moscou para Istambul, na Turquia, e Yerevan, na Armênia – ambos destinos que permitem a entrada de russos sem visto – estavam esgotados nesta quarta-feira (21), segundo dados da Aviasales. Os voos de Moscou para Istambul via Turkish Airlines estavam todos reservados ou indisponíveis até domingo, a partir das 14h15, horário de Moscou (20h, no horário de Brasília).

Algumas rotas com escalas, incluindo as de Moscou a Tbilisi, capital da Geórgia, também não estavam disponíveis, enquanto os voos mais baratos para Dubai custavam mais de 300.000 rublos (R$ 25 mil) – cerca de cinco vezes o salário médio mensal dos russos. As tarifas típicas de ida para a Turquia subiram para quase 70.000 rublos (R$ 5.900), em comparação com pouco mais de 22.000 rublos (R$ 1.800) há uma semana, segundo dados do Google Flights.

O chefe da agência de turismo da Rússia disse que nenhuma restrição foi imposta a viagens ao exterior até agora.

A Aeroflot, companhia aérea de bandeira do país, disse que não está limitando a venda de passagens.