O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que “a humanidade está a um mal-entendido, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear”. O alerta foi feito na abertura da 10ª Conferência do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) que acontece em Nova York, Estados Unidos, nesta segunda-feira (1º/8).

Guterres ressaltou que o mundo tem um arsenal de aproximadamente 13 mil armas nucleares. O secretário-geral da ONU relembrou as crises no Oriente Médio e na península da Coreia.

“Tivemos uma sorte extraordinária até aqui. Mas sorte não é estratégia nem escudo para impedir que as tensões geopolíticas degenerem em um conflito nuclear”, afirmou.

Em relação às ameaças das armas nucleares, Guterres defendeu o diálogo e a negociação para reduzir as tensões entre as nações e estabelecer a confiança entre os países.

Remarcação da conferência

A 10ª conferência de análise do TNP foi adiada desde 2020 devido às medidas de restrição contra a pandemia de Covid-19. A reunião é realizada em um momento de tensão geopolítica devido à invasão russa na Ucrânia.

Durante a conferência, que irá durar até 26 de agosto, representantes de 190 países irão se reunir para restabelecer a força vinculante do tratado.

O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares entrou em vigor em 5 de março de 1970 e tem como objetivo prevenir e limitar o aumento das armas nucleares no mundo

Uso imoral

Em uma mensagem publicada nas redes sociais, o papa Francisco classificou de “imoral” o uso de armas nucleares.

“O uso de armas nucleares, bem como a sua posse, é imoral. Buscar assegurar a estabilidade e a paz através de uma falsa sensação de segurança e um ‘equilíbrio do terror’ conduz inevitavelmente a relações envenenadas entre os povos e põe obstáculos ao verdadeiro diálogo”, avalia o pontífice.