O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desembarca em Teerã, nesta terça-feira (19/7), para uma reunião de cúpula com os chefes de Estado do Irã e da Turquia.

A primeira visita do mandatário russo a um país fora da antiga União Soviética desde a guerra na Ucrânia visa fortalecer alianças, bem como sinalizar que o Kremlin não está isolado no cenário internacional em meio ao conflito no leste europeu.

Em pauta no encontro bilateral com o iraniano Ebrahim Raisi estão as discussões sobre um plano de cooperação de 20 anos, que pode ser assinado na visita. O tratado representa o fortalecimento de laços comerciais e políticos entre os países, inclusive no campo militar.

Durante a cúpula, devem ser discutidos o fim do bloqueio às exportações ucranianas no Mar Negro, bem como o futuro da Síria, com a presença do turco Recep Tayyip Erdogan.

Teerã e Moscou apoiam o presidente Bashar al-Assad, enquanto Erdogan oferece suporte militar a milícias de oposição e luta contra movimentos curdos, que chama de grupos “terroristas”.

A viagem, poucos dias após a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Oriente Médio, foi anunciada pelo Kremlin como um sinal da influência de Putin na região.

O encontro envia uma mensagem ao Ocidente dos planos de Moscou de estreitar laços com Irã, China e Índia diante das sanções lideradas pelos EUA e pela União Europeia.

“O contato com Khamenei é muito importante”, disse Yuri Ushakov, assessor de política externa de Putin, em entrevista à imprensa russa. “Um diálogo de confiança se desenvolveu entre eles sobre as questões mais importantes da agenda bilateral e internacional.”

Para o Irã, que demonstra incômodo tanto com as sanções econômicas ocidentais, quanto com a situação de desacordo com os Estados Unidos sobre os programas nucleares em Teerã, o encontro é pertinente.