A população capixaba cometeu erro grave na sua parcimônia em deixar de julgar e condenar a governança do então medebista Paulo Hartung, alimentando esperança além do possível e acreditando na mentira repetida de que as finanças estavam desorganizadas até agora pouco.

Na sua última gestão de quatro mandatos, Hartung se valeu da crise econômica brasileira, com alto índice de desemprego e baixo investimento, para fazer induzir que o Estado deixado pelo antecessor, governador eleito Renato Casagrande (PSB), estaria em desordem fiscal.

A verdade imperativa não foi alcançada pela Imprensa nacional que tem no governador um ponto fora da curva. Hartung concede entrevista sem perguntas mais aprofundadas da grande mídia e humilha a inteligência dos capixabas. Ele diz, por exemplo, organizou o Estado, enquanto foi o único responsável pelo caos em todas as áreas da atividade humana.

Apostando na política antiga, depois de bagunçar o processo políticos e abandonar os companheiros dispersos, implodindo seu próprio Palácio, o governador passou o ano inteiro distribuindo convênios aos prefeitos na máxima em política de que a última lembrança é que vale para a curta memória dos eleitores. Beneficência tardia, criminosa.

Ele manteve seus aliados o aplaudindo tempo todo como "salvador da pátria". Enfim, produziu o caos, retirando-se da disputa eleitoral. Que grande político ou estatista produz esse tipo de bolha? A resposta sobre essa irresponsabilidade está na falta de compromisso ideológico e com o estado democrático.

Hartung é comunista? Já foi; Hartung é socialista? Já foi; Hartung é centrista? Já foi; Hartung é liberal? Quer ser; Hartung é o que? Tudo e nada! Como diria Raul Seixas, ele é uma "metamorfose" ambulante sem ter lutado por uma "sociedade alternativa". 

Teve oportunidade para escrever seu nome na história como verdadeiro estatista. Perdeu-o-á, por optar pelo princípio maquiavélico de dissimulação e de dividir para conseguir governar sob aplausos também de reciprocidade.