O presidente da Câmara de São Mateus, Jorge Recla, conhecido mais como Jorginho Cabeção (PTB), entrou em contato com o jornalista Jackson Rangel Vieira, autor de uma série de matérias sobre Máfia das Prefeituras no Espírito Santo, para informar a atuação "implacável" da maioria dos vereadores contra empresas que estavam lesando o Município.

Segundo o presidente da Câmara, desde de 2017, seis vereadores de 11 membros da Casa de Leis, a maioria, abriu CPI e denunciou ao Ministério Público, por exemplo, a empresa GSF citada na primeira matéria intitulada Corrupção: esquema de desvios milionários em Prefeituras do ES e Bahia. Segundo o parlamentar, esta empresa levou R$ 6 milhões de São Mateus. O prefeito Daniel do Açai (PSDB) é um dos principais beneficiários e facilitador desse esquema.

Sobre o caso escandaloso de São Mateus, de novo aparece o personagem Paulo César, sócio informal de Honório Friso, dono GSF Transportes que financiou a campanha a prefeito de Sooretama, Alessandro Broedel (PSDB). "Esta empresa, denunciada em CPI e ao MP, ganhou de novo este ano a licitação no início do ano, mas o certame foi cancelado pelo Ministério Público por crime da falsidade técnica", pontua o presidente da Câmara.

O vice-presidente do Legislativo de São Mateus, Carlos Alberto (PSB, enquanto presidente daquela Casa no biênio 2017/2018, reforçou as denúncias e confirmam as mazelas em São Mateus. "A empresa disse que tapava buracos, mas isso nunca aconteceu. A cidade é completamente esburacada. Aqui em São Mateus, a maioria dos vereadores tem compromisso com a população", ressalta.

Para defender o Legislativo como atuante no combate à corrupção, o presidente e o vice informaram que a rigidez como tratam a coisa pública colocam a Câmara de São Mateus como a que menos gastos produziu no Espírito Santo, no ranking dos Municípios. 

"Vamos enviar todas os documentos da CPI e do relatório ao MP para a FOLHA DO ES. A matéria foi muito oportuna, menos na parte em que coloca a Câmara como não atuante contra essa máfia. Aqui tem ao menos seis vereadores, a maioria, que se importam em legislar e fiscalizar", ressalta o presidente da Câmara, Jorginho Cabeção.

*Máfia nas Prefeituras é a ação de várias empresas interligadas e combinadas, de fachada ou por meio de laranja, que atuam nos Municípios em que mandatários e "empresários" se beneficiam  com serviços superfaturados ou não executados. Alguns juristas chamam essa ação mafiosa de "agiotagem eleitoral".