Em depoimento à CPI DA CESAN na Câmara de Vitória no dia 18 de abril último, a engenheira civil, Sandra Sily, concursada há mais de 35 anos ininterruptos na CESAN, explicou que erros técnicos ocasionaram a falta d'água de quase dez dias no bairros da grande São Pedro e grande Santo Antônio, em Vitória.

Os técnicos demitidos da companhia faziam a manutenção das bombas de abastecimento. Sandra Sily deu a entender que a atual diretoria da CESAN, por conta do aparelhamento político da companhia, ficou sem quadros técnicos em áreas estratégicas.

E revelou que a diretoria chamou às pressas esses técnicos para resolverem o problema de falta d'água na grande vitória, ocorrido em regiões de extrema vulnerabilidade social, resultando em prejuízo a comerciantes e moradores. 

Inclusive a própria servidora concursada registrou na CPI que ela também foi convocada na crise pelo diretor financeiro Weidson Ferreira, que é apenas professor de história, ex-ocupante de cargos políticos nas Prefeituras de Cachoeiro e de Cariacica. 

Ou seja, o diretor Weidson é um caso clássico desse aparelhamento político na CESAN: com salário médio de R$ 30 mil reais mensais, ele não tem nenhuma formação técnica específica na área da companhia, tanto que precisou de encomendar um parecer da então Procuradoria Geral do Estado, assinado pelo Procurador Evandro Maciel Barbosa, para não ser barrado pelo comitê de elegibilidade, com base no artigo 17 lei das estatais (13.303/2016). Essa norma exige formação técnica específica na área da empresa, ou seja, saneamento. 

A lei das estatais de foi sancionada em 2016 e visou profissionalizar o serviço dessas empresas públicas, priorizando técnicos da área nas nomeação, a fim de se evitar o empreguismo, aparelhamento político e uso eleitoreiro dessas entidades públicas. 

O depoimento da servidora mostra que esse aparelhamento político da CESAN pelo PSB tem gerado prejuízo aos moradores de Vitória, em razão da má gestão decorrente dessa prática.

Engenheira Sandra Sily depondo na CPI DA CESAN criada pela Câmara de Vitória-ES

Questionada se já viu situação semelhante de falta d'água em bairros da Grande Vitória, por quase dez dias, Sandra Sily respondeu que nunca vivenciou isso em mais de 35 anos de CESAN. Ela reconhece que a a situação foi de comprovada falha técnica, inédita, de modo que a companhia deveria extrair um aprendizado desse erro.

A CPI da CESAN na Câmara de Vitória está mostrando que a agenda de ocupação política e uso eleitoreiro e financeiro da companhia estão violando as premissas da lei das estatais, substituindo a agenda técnica de trabalho por uma agenda de interesses particulares, contrária ao interesse público.

A comissão é formada pelos Vereadores Gilvan da Federal (Presidente), André Brandino, Armandinho Fontoura (Relator) e Leandro Piquet. 

Assista a íntegra do depoimento da técnica concursada há 35 anos na CESAN, Sandra Sily.

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