Nesta segunda-feira (28), foi divulgada uma entrevista do Papa Francisco à revista norte-americana dos jesuítas “América”, onde o pontífice voltou a reiterar a sua posição contrária ao aborto.

 

No entanto, ele aconselhou a Igreja Católica a manter a sua posição “pastoral” e não fazer da pauta algo “político”.

 

“Sobre o aborto, posso dizer as coisas que já disse. Em qualquer livro de embriologia, se diz que cerca de um mês depois da concepção, os órgãos e o DNA já estão definidos em um minúsculo feto, antes mesmo que a mãe perceba. Por isso, é um ser humano vivo. E levanto duas questões: é justo livrar-se de um ser humano para resolver um problema? É justo contratar um ‘assassino’ para resolver um problema?”, afirmou o Papa.

 

Para o líder da Igreja Católica, “o problema surge quando essa realidade do assassinato de um ser humano se transforma em uma questão política ou quando um pastor da Igreja Católica usa isso como uma categoria política”.

 

“Cada vez que um problema perde a dimensão pastoral, aquele problema vira um problema político e a pessoa se torna mais um político do que um pastor. Quando vejo um problema como esse, que é um crime, tornar-se fortemente, intensamente político, há uma falência da pastoral na abordagem desse problema”, concluiu.

 

 

O questionamento a Francisco ocorreu após a Conferência Episcopal dos Estados Unidos tentar impedir o presidente do país Joe Biden e expoentes do Partido Democrata de receberem a Eucaristia, ou os evangélicos (Santa Céia), por defenderem o direito das mulheres ao aborto.

 

O próprio Papa, por meio do Dicastério para a Doutrina da Fé, advertiu os bispos e cardeais norte-americanos a não adotarem a medida.