O julgamento da mulher acusada de matar o filho recém-nascido com um golpe de tesoura em junho de 2015, no bairro Itararé, em Vitória, foi marcado para a próxima segunda-feira (15). A informação é de Fabiana Oliveira, do g1 ES.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Michelle Ribeiro Passos, assassinou o filho após o parto dentro de casa.

“A ré estava sozinha quando deu à luz o bebê no banheiro de casa. Logo após o nascimento, cometeu o crime. Michelle matou a criança porque o companheiro dela não desejava ter mais filhos. O golpe de tesoura atingiu o coração do recém-nascido, que morreu na hora”, informou o Ministério Público.

Ainda de acordo com o MPES, a mulher alegou que cometeu o crime por medo de perder o marido, que não queria que ela tivesse a criança.

“Ela justificou que, como estava acima do peso, não desconfiou da gravidez e só soube da criança quando ela nasceu. No entanto, para esconder a gravidez do marido, falsificou dois exames, que tiveram resultado positivo”, informou o MP.

Nicolle Perúsia, delegada do caso na época, disse que o crime aconteceu durante a madrugada e a mulher deu à luz sobre o vaso sanitário, onde a criança teve o cordão umbilical cortado e o peito ferido com um golpe de tesoura.

Ainda segundo a delegada na época, o pai da criança e familiares da mulher acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192) quando viram o bebê ferido. A mãe e o corpo da criança foram levados para a Pró-Matre, onde a lesão foi constatada.

À primeira equipe médica que atendeu ao caso, Michele teria dito que não sabia da gravidez. Ela apresentou um exame com resultado negativo e alegou que poderia ter ferido o bebê quando foi cortar o cordão umbilical, porém, no laboratório onde o exame havia sido realizado, policiais descobriram que o resultado do exame havia sido fraudado porque, nos dados do laboratório, o resultado referente ao dia citado por ela estava positivo.

“Ela forjou para esconder a gravidez do marido e da família. Disse que o marido havia comentado que não queria ter filhos e ela ficou com receio de falar. Tudo indica que tudo foi planejado”.

A delegada também disse na época que o médico que examinou a criança disse que o bebê apresentava hematomas nas bordas da ferida, do osso externo, na cartilagem da pele e coração, e que isso indicava que ele nasceu vivo.

“Como o corte estava muito profundo, eu fui ao hospital para conversar com ela. Friamente, sem esboçar emoção ou sentimento, ela falou que não agiu dolosamente contra o filho. Disse que cortou sem olhar e que pode ser que o atingiu sem querer”, disse a delegada na época.

De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), Michele ficou presa por pouco mais de um mês, entre 3 de junho e 14 de julho de 2015 e foi solta por meio de alvará concedido pela Justiça.