O juiz que condenou em primeira instância um homem a 1.008 anos de prisão pelo estupro da enteada em Fernandópolis (SP) explica que chegou a essa sentença por considerar cada vez que a vítima foi abusada pelo padrasto.

 

Apesar da sentença milenar, o condenado deve cumprir bem menos tempo de prisão, 30 anos, período máximo de prisão no Brasil, segundo o Código Penal. Como a condenação é em primeira instância, ainda cabe recurso.

 

O juiz Vinicius Castrequini Bufulin explica que uma pena alta igual a essa pode impedir que a progressão aconteça rapidamente ou que realmente ocorra.

 

"Não posso deixar um pedófilo em liberdade tendo acesso a vítima”, afirma. Por causa dos mais de mil anos, se mantida a condenação, “ele cumpre os 30 anos, que é o máximo de pena, em regime fechado”, diz.  Menina estuprada 63 vezes pelo padrasto está sob os cuidados da avó

 

Cálculo da pena

 

Para chegar a 1.008 anos de prisão, o juiz multiplicou os 16 anos de condenação, sentença dada em caso de estupro, por cada abuso sofrido pela vítima: 63 vezes. O juiz explica que esse número é estimado durante os cinco anos que a vítima relatou os abusos.