Uma fiscalização em obras de restauração da rodovia Raposo Tavares entre as cidades de Itapetininga e Itaí, no interior de São Paulo, resultou no salvamento de 12 trabalhadores em condições próximas à escravidão. Eles não recebiam salários há cerca de três meses, e foram encontrados em alojamentos precários com risco de incêndio, sem alimentação.

A fiscalização os encontrou em duas casas no município de Angatuba. Uma delas tinha instalação elétrica irregular, e a outra uma cozinha a gás improvisada, o que é proibido pelas normas de saúde e segurança do trabalho.

Auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo (SRT-SP) dizem que os operários foram alvo de aliciamento e tráfico de pessoas. Eles foram iludidos ao receber ofertas de trabalho, segundo a SRT-SP, e arcado com os custos das viagens de cidades da região Norte e Nordeste até o interior paulista. Segundo o depoimento dos trabalhadores, a empresa havia prometido ressarcir o valor da passagem de volta, o que não ocorreu.

Nesta sexta-feira, 22, eles embarcaram para suas cidades de origem. Oito das 12 vítimas moram na cidade de Esperantina, no Piauí. Outros dois são do Tocantins, e dois da Bahia.