"Parecíamos crianças no meio daquilo."
Dan Slayback, pesquisador da Nasa, descreve a experiência que teve ao visitar uma nova ilha que nasceu no Pacífico e que vem, desde então, intrigando os cientistas da agência espacial americana.
A ilha vulcânica surgiu no oceano em 2015 após uma erupção e faz parte do arquipélago de Tonga.
Mas por que ela vem chamando a atenção?
A ilha é especialmente interessante porque apenas três, nos últimos 150 anos, nasceram de erupções - ela faz parte do grupo e tem sobrevivido há meses à poderosa erosão do oceano.
Entender como as ilhas se formam e mudam na Terra pode dar pistas sobre a interação entre terrenos vulcânicos e antigas fontes de água em Marte.
Pesquisadores da Nasa vinham monitorando a ilha através de satélites. Mas a realidade, em campo, pode ser muito diferente das imagens captadas de forma remota.
Slayback e um grupo de estudantes com quem esteve no local que o digam. Ao desembarcarem por lá, eles encontraram um cenário muito diferente do esperado.
Slayback visitou a ilha com um pesquisador de Tonga, cientistas e estudantes da Sea Education Association (Associação de Estudos Marinhos, em tradução literal), um programa de exploração oceânica para estudantes universitários com sede em Woods Hole, Massachusetts, nos Estados Unidos. O grupo chegou a bordo de um navio da Associação.
A ilha é tão nova que não tem nome e é descrita simplesmente como HTHH, a combinação do nome de duas ilhas próximas, Hunga Tonga e Hunga Ha'apai.
A lama não foi a única surpresa para os pesquisadores.
Slayback e os estudantes fotografaram a vegetação que está colonizando o terreno e que provavelmente cresceu a partir de sementes que chegaram à ilha em fezes de pássaros.
Uma coruja, inclusive, provavelmente residente na vegetação das ilhas próximas, apareceu no local enquanto estavam lá.
Os cientistas também encontraram aves marinhas trinta-reis-das-rocas (Onychoprion fuscatus), nas depressões da terra ao redor da cratera.