Tartaruga fazendo acupuntura, jabuti andando com a ajuda de rodinhas, gambás e araras que aguardam por um guardião. Na sede do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), em Cariacica, na Grande Vitória, toda a atenção é voltada para eles: os bichos que, por diferentes razões, precisaram ser resgatados e agora são preparados para voltar à natureza ou para ganhar um lar acolhedor.

O (IPRAM) é uma associação civil sem fins lucrativos fundada por profissionais das ciências biológicas e médicos veterinários. Apesar do nome, o local abriga animais de diferentes espécies.

É o caso da tartaruga da espécie tartaruga-verde, que foi levada para o local por não conseguir mergulhar, uma função que é fundamental para sua sobrevivência. É por isso que, no Ipram, ela recebe um tratamento individualizado, que inclui sessões de acupuntura.

 

Tartaruga marinha faz acupuntura para voltar a mergulhar — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Tartaruga marinha faz acupuntura para voltar a mergulhar — Foto: Reprodução/TV Gazeta

 

"A acupuntura age em algumas terminações nervosas, vai ajudar ela a mergulhar direitinho. Ela não pode ficar o tempo todo flutuando. Tanto para alimentação quanto para defesa dela, ela precisa mergulhar. E para dormir também", explica a veterinária Emanuelle de Oliveira e Silva.

 

 

Jabuti de rodinhas

 

Ao lado da piscina da tartaruga vive o jabuti, que perdeu uma das pernas e agora anda com o auxílio de rodinhas, que foram desenvolvidas para ele.

Jabuti ganhou rodinhas após perder uma das patas — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Jabuti ganhou rodinhas após perder uma das patas — Foto: Reprodução/TV Gazeta

 

 

Atobá reincidente

 

Atobá foi resgatado e hoje vive no Ipram — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Atobá foi resgatado e hoje vive no Ipram — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Quem também vive no Ipram é uma ave da espécie atobá. Esta é a quarta vez que ele vai parar no centro de reabilitação. De tanto conviver com humanos, ele perdeu o medo do perigo. Por isso, agora, não poderá mais viver livre na natureza e deverá ser levado para um zoológico.

 

"A gente tem muita dificuldade que ele fique no ambiente natural porque ele sempre se aproxima do ser-humano, sempre entra em risco e aí é recolhido e encaminhado para a gente novamente", conta o diretor do Ipram, Felipe Mayorga.

 

 

Animais à espera de um guardião

 

 

Arara foi levada para o Ipram após o dono morrer — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Arara foi levada para o Ipram após o dono morrer — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Muitos animais vão parar no Ipram após os donos não terem mais condições de cuidar deles. É o caso de tartarugas de água doce, papagaios e também de uma arara, que viveu por 40 anos com uma família. Ela, que pode viver por até 80 anos, foi para o Ipram após o seu antigo dono morrer.

Animais com estes estão à espera de guardiões, ou seja, pessoas que se disponibilizam para acolhê-las.

 

"Ela não é dona do animal. Ela vai cuidar do animal para o Estado. Ela fica com a guarda do animal e se o Estado entender que ele não está sendo bem tratado ou que a gente precisa dele para algum programa de reintrodução, algum outro tipo de programa, a gente pode pegar o animal de volta", diz a bióloga Beatriz Resende, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

 

 

Os animais só vão para casas ou para outros institutos e programas de conservação quando não há mais possibilidade de voltarem para a natureza.

Manoela acabou de se tornar guardiã de um gambá, que já ganhou até nome: é o Toiço.

Gambá ganhou uma guardiã e será levado para uma casa — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Gambá ganhou uma guardiã e será levado para uma casa — Foto: Reprodução/TV Gazeta

 

"Eu sempre gostei de animais e a área que eu quero seguir é essa, de animais exóticos e silvestres. Para mim foi a melhor decisão, estou ansiosa".

 

Tartaruga recebe tratamento no Ipram para voltar a mergulhar — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Tartaruga recebe tratamento no Ipram para voltar a mergulhar — Foto: Reprodução/TV Gazeta