As startups e empresas do Espírito Santo que atuam com inovação estão ganhando destaque nacional. No último mês, duas empresas capixabas foram premiadas durante o maior evento do setor de Petróleo e Gás onshore do Brasil, a Mossoró Oil & Gás. Elas participaram da Arena da Inovação, apresentando suas soluções para as operadoras de petróleo convidadas pelo evento, que aconteceu em Mossoró (RN).

 

O pitch teve a participação de 12 empresas de todo o Brasil, sendo três capixabas, e duas delas saíram premiadas: a Endserv ganhou o 1º lugar, e a Neo Vision ficou com o 3º lugar.

 

"O Sebrae/ES levou ao todo seis empresas para a feira e é um orgulho para nós termos o Espírito Santo representado por elas. Para as empresas, especialmente as que passaram pelo pitch, é um importante reconhecimento da inovação desenvolvida e uma grande oportunidade de divulgação para o mercado. Além disso, ter empresas capixabas sendo premiadas é uma demonstração clara de que o ecossistema do Espírito Santo é robusto e está em pleno desenvolvimento", destaca a analista do Sebrae/ES, Ana Karla Macabu.

 

Também em Florianópolis (SC), outras três startups capixabas se posicionaram entre as cinco principais empresas do país, e garantiram vaga para a etapa de internacionalização do desafio Like a Boss.

 

Conheça as empresas vencedoras em Mossoró

A Endserv que surgiu em 2005 como empresa de inspeção de soldas, mudou o foco em 2017 e passou a trabalhar com inovação tecnológica, com pesquisa e desenvolvimento de produtos e soluções para o mercado de O&G. A empresária Tatyana Soriano de Oliveira conta que aproveitou a oportunidade para participar desta missão promovida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES) à Mossoró.

 

"Estas missões são muito importantes para pequenas empresas, porque ajudam a organizar, com baixo custo e muita experiência, uma agenda bastante rica em oportunidades", conta. Ao chegarem lá, ela descobriu que poderiam participar de uma apresentação de soluções.

 

O principal produto desenvolvido pela empresa consegue consertar o vazamento de uma linha de produção com ela em funcionamento, em até 90 segundos, não exigindo a parada da operação para a devida manutenção. E foi essa a solução apresentada no pitch.

 

"Não sabíamos que seria uma disputa, apenas tínhamos o interesse em aproveitar o espaço para falar para um público qualificado. Para nós, foi uma surpresa termos sido escolhidos como a melhor solução tecnológica, no meio de muitas empresas nacionais e do Espírito Santo. Os jurados viram em nossa solução maturidade e grande potencial, o que muito nos estimula a continuar", ressalta a empreendedora, que a partir desta premiação já conseguiu contato com outras operadoras e espaço para participar de outros eventos para apresentar e demonstrar a tecnologia aplicada pela empresa.

 

Quem também se destacou em Mossoró foi a Neo Vision, uma startup capixaba criada em 2014, especializada em Captura Digital da Realidade e em Levantamentos Remotos aplicados a estudos de engenharia e meio ambiente.

 

"Para nós, só a oportunidade de apresentar nossas soluções diretamente para representantes de empresas importantes do setor, que já estávamos buscando oportunidades de aproximação, já foi um grande privilégio. Receber o prêmio foi mais um incentivo e indicativo de que nossas soluções de fato podem representar melhorias para esse setor", conta o sócio da startup, Lucas Jonis. E não para por aí, a Neo Vision já foi convidada a apresentar seus projetos a uma empresa que acompanhou toda a apresentação.

 

"Estaremos nos próximos meses nos reunindo com diferentes setores da companhia para tratar de soluções aplicadas para pelo menos duas áreas. Essa consequência demonstra a importância desse prêmio para nós, porque abre oportunidades de negócios a partir do reconhecimento direto de potencial de aplicação e melhorias por meio de soluções que desenvolvemos e aplicamos", comemora Lucas.

 

Além do reconhecimento nacional, outro ponto comum entre as duas empresas premiadas é a parceria com o Sebrae/ES. Segundo Lucas, a parceria com a instituição começa antes mesmo de a startup se concretizar, em um programa que tinha o Sebrae compondo a banca examinadora. "Desde então, temos tido apoio constante do Sebrae/ES, com subsídios para serviços, participação de eventos, espaços para apresentar a empresa e diversas outras atividades que fazem toda a diferença no nosso desenvolvimento e crescimento", afirma.

 

Para Tatyana, "o Sebrae/ES é o parceiro de todas as horas! Boa parte do pitch foi desenvolvido em eventos da instituição, além dos treinamentos e das horas de consultoria que, inclusive, nos auxiliaram a assinar o acordo de investimento com nossos investidores. Estivemos juntos com o Sebrae/ES no lançamento e internacionalização da nossa patente e pretendemos que ele esteja sempre por perto", finaliza.

 

Outras empresas que estão se destacando

Na última sexta-feira (05) três startups capixabas ficaram entre as cinco melhores do Brasil. As empresas Mogai, Liberfly e Yooga ficaram em terceiro, quarto e quinto lugar, respetivamente, no desafio Like a Boss, do Get in the Ring e da Copa do Mundo de Empreendedorismo, as maiores competições globais de startups, que aconteceram no Startup Summit, em Florianópolis.

 

"Eu diria que o Like a Boss foi um grande aprendizado, que nos fez sair bastante da zona de conforto e provar o quanto estamos preparados, enquanto empresa, para os desafios que temos pela frente, tanto na escalada dos resultados no Brasil como conseguir levar o nosso modelo de negócios para outros países", conta o sócio da Liberfly, Gabriel Zanette.

 

A Liberfly é uma startup direcionada para solucionar problemas aéreos, como por exemplo, o extravio de malas e para eles a exposição deste serviço, tanto para o mercado nacional como internacional foi o grande diferencial para a empresa durante o Startup Summit.

 

"O grande impacto foi a exposição nacional e o começo de uma exposição internacional da Liberfly, que acabou ativando o interesse de diversos stakeholders, como cliente e investidores que querem utilizar o serviço ou investir na empresa. Desde o início, nós estávamos com o objetivo de levar a Liberfly para outro patamar. Nós temos um modelo de negócios que resolve uma grande dor e estamos muito confiantes para as próximas classificações, para chegar com grande força e representar não só o Espírito Santo, mas também o nosso país no campeonato internacional", destaca Gabriel.

 

Ao todo, seis empresas foram selecionadas para a etapa internacional e o Espírito Santo foi o estado mais bem representado do Brasil dentro do resultado final do desafio, com metade das colocações ocupadas por empresas capixabas. A Yooga, que é uma startup que trabalha a gestão facilitada e delivery para pequenos restaurantes, acredita que pode conquistar ainda mais.

 

"Para nós é um momento de muita alegria. Enxergamos essa premiação como um reconhecimento: fomos para uma seletiva nacional, estamos no Top 5 do Brasil e agora vamos ter a oportunidade de representar o país na seletiva internacional. É um grande privilégio e assumimos isso com muita responsabilidade. A expectativa agora é levar o prêmio internacional e estamos indo com força total. A dificuldade que pequenos empreendedores têm de cuidar dos seus negócios no ramo de alimentação é uma dor global. E porque não suavizar, tornar mais simples a vida de empreendedores ao redor do mundo que querem movimentar a economia através do ramo de alimentação?", ressalta Vinicius Melo, sócio da Yooga.

 

A Mogai, além da premiação, vai ter o privilégio de representar o Brasil em outra disputa: o Get In The Ring, competição global de empreendedorismo que vai reunir representantes de mais de 200 cidades na Holanda.

 

"O primeiro ganho que a gente teve foi pelo próprio processo da competição, tanto estadual quanto nacional, com consultores muito bons. No evento também tivemos oportunidades de fazer networking com grandes empresas. E agora, para o 'Get In the Ring' a gente espera ter um outro aprendizado tão relevante quanto. Queremos mostrar a Mogai para empresas, clientes em potencial e investidores de fora que possam nos ajudar nesse passo de internacionalização da empresa. Esta experiência internacional é algo que realmente não tem preço, só vivendo mesmo, e esse vai ser o principal benefício, e fora o contato com as pessoas, esse networking internacional, que pode fazer toda a diferença para a empresa", comemora Franco Machado, sócio da Mogai.